Identificação de potenciais ligantes do glicolipídeo fenólico (PGL I) do Mycobacterium leprae e seu papel como modulador do metabolismo lipídico de células de Schwann humanas
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8667 |
Resumo: | O glicolipídeo fenólico, PGL I é uma molécula exclusiva do Mycobacterium leprae (M. leprae), agente etiológico da hanseníase, localizada na parede celular do bacilo. Sua porção trissacarídica não encontrada em PGLs de outras micobactérias confere especificidade a esta molécula. O PGL I interage com receptores envolvidos tanto na invasão de células hospedeiras pelo M. leprae quanto na evasão da resposta imune induzida pela micobactéria. Uma das complicações relacionadas à hanseníase são as lesões nos nervos periféricos, que levam a neuropatias, altamente incapacitantes como resultado da infecção de células de Schwann (CS). Sabe-se que o PGL I está associado ao tropismo do M. leprae pela CS por interagir com laminina tipo 2 presente na lâmina basal do nervo periférico. Dados recentes do nosso grupo mostraram que o M. leprae e o PGL I per se, são capazes de induzir a formação de corpúsculos lipídicos (CLs) ricos em colesterol, organelas que se mostraram importantes para a sobrevivência do patógeno. Portanto, este projeto visou compreender de que maneira o PGL I poderia estar influenciando na célula hospedeira, focando essencialmente em vias associadas ao metabolismo lipídico, a síntese de colesterol e formação de CLs. Utilizando técnicas de qRT-PCR, para análise de expressão gênica, imunofluorescência, cross-linking e uma reanálise de dados de proteômica shotgun, objetivamos: 1) mostrar o papel do PGL I como modulador do metabolismo lipídico em células de Schwann; 2) Analisar potenciais proteínas ligantes do PGL I e verificar sua possível relação com a ativação do fator de transcrição PPARγ e modulação do metabolismo lipídico, buscando, portanto, compreender melhor, a nível molecular, como o M. leprae subverte o acúmulo de colesterol a seu favor. Para alcançar estes objetivos, culturas de CS provenientes da linhagem ST88-14 foram estimuladas com a molécula de PGL I per se ou com uma cepa recombinante de M. bovis BCG que expressa o PGL I (BCG-PGL I). Nossos dados sugerem que o PGL I foi capaz de induzir uma aumento na expressão de enzimas como HMGCoA redutase e da enzima ácido graxo sintase (FASN). Além disso, nossos resultados apontam que a molécula PGL I aumentou a expressão do fator de transcrição PPARγ e do gene que codifica a enzima prostaglandina E2 sintase (PGE2S) levando a um aumento da produção de PGE2. Através de uma reanálise de dados de proteômica gerados em nosso laboratório, selecionamos 12 proteínas potencialmente ligantes de PGL I envolvidas no metabolismo lipídico, bem como na formação de CLs. Análises in silico destas proteínas expandiram informações com relação sua localização celular e presença de domínios transmembrana. Análise de sequência destas proteínas também reforçaram algumas delas como potenciais ligantes da molécula de PGL I. Acreditamos que os dados gerados a partir deste estudo, poderão contribuir para uma melhor compreensão desta doença e um maior entendimento futuro sobre o desenvolvimento das lesões neurais. |