A variação no uso dos clíticos no espanhol medieval.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rodeiro Claro, Maria del Rosário de Fátima lattes
Orientador(a): Pinto, Carlos Felipe da Conceição
Banca de defesa: Pinto, Carlos Felipe da Conceição, Namiuti, Cristiane dos Santos, Galves, Charlotte Marie Chambelland
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC) 
Departamento: Instituto de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38455
Resumo: Os clíticos têm sido discutidos dentro da Teoria Gerativa, mais precisamente, no Minimalismo (Chomsky, 1995), que tenta analisar o processo de cliticização e explicar a variação do seu posicionamento. Em relação à colocação dos clíticos, o espanhol atual apresenta próclise categórica em orações finitas, enquanto que o espanhol medieval apresentava variação entre ênclise (V-Cl), próclise (Cl-V), mesóclise (V-cl-V) e interpolação (cl-XP-V), seguindo a lei de Tobler-Mussafia em que os clíticos não podiam aparecer em posição inicial absoluta. Nesse contexto, havia também um clítico com dependência fonológica, enclítica não só ao verbo, mas a qualquer item lexical. Essa pesquisa propõe descrever, analisar e explicar o funcionamento da colocação pronominal dos clíticos no espanhol medieval e para isso utilizamos os dados de três textos de diferentes épocas (séculos XIII, XIV e XV), identificar os fatores condicionantes dessa colocação pronominal, analisar a relação entre movimento do verbo e posição do clítico e discutir se haveria apenas um sistema de clíticos ou mais de um sistema, como também se haveria mais de uma gramática competindo. Deste modo, esta pesquisa visa a analisar uma série de fenômenos em que se manifestam importantes divergências dentro do sistema ou sistemas de colocação do pronome clítico no espanhol medieval. Esta pesquisa é de cunho hipotético-dedutivo, porque temos hipóteses que deverão ser comprovadas ou refutadas; é descritiva, porque estuda e descreve características, propriedades ou relações existentes na comunidade linguística do espanhol medieval; é documental, pois é realizada uma investigação por meio de documentos dos séculos XIII ao XV. Com relação à análise dos dados, foram feitas uma análise qualitativa e outra quantitativa. Em uma análise quantitativa verificou-se a ocorrência de ênclise, próclise, mesóclise e interpolação nos séculos XIII ao XV. Em uma análise qualitativa verificou-se como os sistemas de clíticos e a competição de gramáticas funcionavam. No primeiro capítulo, temos a introdução da dissertação falando sobre as hipóteses, os objetivos e a metodologia utilizados. No segundo capítulo, são apresentados os pressupostos teóricos. No terceiro capítulo, discutimos se os clíticos são afixos ou palavras funcionais. No quarto capitulo, é feita uma análise da posição e variação dos clíticos. No quinto capítulo, propomos uma explicação sobre como a ênclise, a próclise e a interpolação são geradas no espanhol medieval. A conclusão é que há duas gramáticas interagindo no espanhol medieval. A interpolação é gerada por um tipo de gramática de clítico de segunda posição, em que o clítico é uma projeção máxima independente do verbo, adjungida à direita de algum constituinte qualquer (especialmente a conjunção na oração subordinada). A ênclise e a próclise são geradas por outra gramática, na qual aspectos sintáticos e prosódicos entram em jogo. No caso da ênclise categórica, o aspecto prosódico da Lei Tobler-Mussafia obriga o clítico à ênclise. No caso da próclise categórica, entram em jogo aspectos sintáticos, como os traços da categoria que aparece em posição pré-verbal. Não se chegou a nenhuma conclusão, neste trabalho, sobre a opcionalidade entre ênclise e próclise nos mesmos contextos, porque foram identificados os mesmos elementos ocorrendo nos dois casos, o que requer uma investigação futura, mais específica e detalhada.