Trabalho emocional, identidade e engajamento no trabalho com policiais militares: Testando modelos de predição e mediação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Guedes, Hannah Dantas
Orientador(a): Gondim, Sônia Maria Guedes
Banca de defesa: Bendassolli, Pedro Fernando, Fernandes, Sônia Regina Pereira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/25662
Resumo: O crescimento da criminalidade coloca o foco da atenção nos policiais militares, uma das categorias profissionais responsáveis pela segurança dos cidadãos. Esses profissionais são confrontados diariamente com diversas demandas, incluindo as demandas emocionais. O modo como lidam com tais demandas repercute na qualidade dos vínculos que estabelecem com o seu trabalho. O presente estudo teve dois objetivos. O primeiro foi analisar as associações entre demandas de trabalho emocional do policial militar, uso de estratégias individuais pelos policiais e engajamento no trabalho. O segundo foi o de testar o papel mediador da identidade profissional na relação entre essas variáveis. Uma primeira hipótese foi a de que as demandas de expressão de emoções positivas e a estratégia de ação profunda seriam preditoras positivas do engajamento no trabalho. Uma segunda hipótese foi a de que as demandas de trabalho emocional e a estratégias teriam um efeito indireto sobre o engajamento no trabalho, mediado pela identidade profissional. Foram desenvolvidos dois estudos correlacionais e de corte transversal. O primeiro teve como objetivo avaliar o efeito preditor do trabalho emocional sobre o engajamento no trabalho, assim como diferenciar as demandas de trabalho emocional de cada grupo de interação (vítimas, criminosos e superiores/colegas). Participaram do estudo 302 policiais militares. Os instrumentos utilizados foram: Emotional Labour Scale (ELS), Emotion Work Requirements Scale (EWRS) e o Utrecht Work Engagement Scale (UWES). Os resultados encontrados apontam que as demandas de expressão de emoções positivas para com vítimas, superiores e outros policiais e a estratégia de ação profunda foram preditores positivos do engajamento no trabalho, enquanto a estratégia de ação superficial foi um preditor negativo. As demandas de expressão de emoções negativas e demandas de intensidade e variabilidade não apresentaram relações estatisticamente significativas com o engajamento. O segundo estudo foi dedicado ao teste de mediação da identidade profissional nas relações encontradas entre trabalho emocional e engajamento no trabalho. Participaram do estudo 302 policiais militares. Além das escalas utilizadas no estudo 1, foram incluídas a Escala Trifatorial da Identidade Social (ETIS), validada para o contexto da polícia militar. A identidade profissional/ocupacional mediou somente a relação entre a ação profunda e o engajamento no trabalho. As principais contribuições dos dois estudos são: a) desenvolver conhecimento sobre o trabalho emocional do policial militar, servindo de referência para nortear novas pesquisas no campo de estudo e com essa ocupação; b) trazer evidências empíricas da relação entre trabalho emocional, engajamento no trabalho e identidade profissional de policiais militares; c) colocar em destaque o papel do trabalho emocional e da identidade profissional do policial militar, permitindo assim a geração de insumos para a preparação e a capacitação desses policiais, incluindo o suporte emocional diante das diversas demandas de trabalho emocional.