Satisfação no processo de trabalho e seus determinantes: interfaces com a Educação Permanente em Saúde.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Camargo, Sócrates Coelho lattes
Orientador(a): Esperidião, Monique Azevedo
Banca de defesa: Esperidião, Monique Azevedo, Silva, Denise Vieira da, Pinto, Isabela Cardoso de Matos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia. Instituto de Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC-ISC)
Departamento: Instituto de Saúde Coletiva - ISC
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38090
Resumo: Esta pesquisa analisou a satisfação no processo de trabalho e seus determinantes, identificando as potencialidades da Educação Permanente em Saúde (EPS) frente à questão. Identifica-se no atual contexto econômico, político e social do Brasil o aumento do desemprego e a perda progressiva dos diretos dos trabalhadores, assim como o acirramento de situações negativas vivenciadas no ambiente de trabalho como intensificação do ritmo e carga de trabalho, aumento da competitividade e conflitos trabalhistas e o aumento da exposição a riscos ambientais no trabalho Essas circunstâncias têm resultado em esgotamentos físicos e emocionais do trabalhador. Tais condições são propícias para promover à insatisfação no trabalho, que pode ocasionar adoecimento e falta de comprometimento ético por parte do trabalhador, fatores que trazem problemas para o processo de trabalho desse agente. A Educação Permanente em Saúde (EPS) visa a transformação das práticas de saúde em direção aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), partindo da análise do processo de trabalho, identificando os problemas e formulando ações para resolvê-los. A EPS apesenta-se como importante ferramenta que permite transformações no processo de trabalho que resultam em maior satisfação dos profissionais. Com desenho descritivo e exploratório, foi realizado um estudo transversal por meio de questionário com questões abertas e fechadas. A amostra foi composta 204 trabalhadores da saúde. Os dados foram analisados se utilizando da estatística descritiva, através da construção de um banco de dados no SPSS. A análise das questões abertas foi feita através do agrupamento por proximidade de conteúdo, apresentados por meio de tabelas com números absolutos e porcentagem. Os resultados encontrados mostraram que os maiores níveis de insatisfação são na categoria condições de trabalho, tendo a maior porcentagem o salário (64,7%). Além disso, nessa categoria a maior porcentagem de nível de satisfação foi com o vínculo empregatício (82,3%). Na categoria relações no trabalho, a maior porcentagem de insatisfação foi a preocupação da instituição com o bem-estar dos trabalhadores (35,3%) e os maiores índices de satisfação estão nas relações com os colegas de trabalho (89,7%). Na categoria do conteúdo significativo do trabalho, os maiores índices de insatisfação foram com o reconhecimento do seu trabalho pela sociedade (32,8%) e os maiores índices de satisfação foi com o propósito do seu trabalho (85,3%). Na categoria EPS, a oportunidade de desenvolvimento profissional teve o maior índice de insatisfação, com 30,4%, e o maior índice de satisfação é com a disponibilidade de atividades de EPS com 51%. A maioria dos determinantes que estão levando à satisfação no trabalho está na categoria conteúdo significativo do trabalho com 61,2% e na subdivisão relações no trabalho foi citada por 17,6% da amostra. Os determinantes que estão levando à insatisfação no trabalho estão na categoria condições de trabalho com 38,8% das respostas. Partindo disso, a EPS pode desenvolver ações que tragam discussões sobre respeito, participação política, relações interpessoais, reconhecimento e valorização do trabalhador, tanto internamente, como externamente à instituição, construir espaços de feedback e de discussão sobre o contexto político, econômico e social, ancorando essas ações na micropolítica do trabalho vivo, método de roda e na problematização/aprendizagem significativa.