Saberes e práticas alimentares de marisqueiras da Ilha de Itaparica/BA e sua relação com a saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Jesus, Laís Lima de lattes
Orientador(a): Pena, Paulo Gilvane Lopes lattes
Banca de defesa: Pena, Paulo Gilvane Lopes lattes, Araújo, Kênya Lima de lattes, Bittencourt, Liliane de Jesus lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho (PPGSAT) 
Departamento: Faculdade de Medicina da Bahia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37511
Resumo: A pesca artesanal é desenvolvida por produtores autônomos, cuja produção destina-se ao consumo próprio e ao mercado local. A atividade pesqueira artesanal é expressiva para a economia brasileira. Apesar da sua importância, muitas comunidades de pescadores de pequena escala vivem em condições de exclusão. As marisqueiras são mulheres que trazem em suas vivências as marcas das disparidades étnico-raciais e têm suas vidas marcadas pela vulnerabilidade socioeconômica, expostas a condições precárias de trabalho e diversos riscos à saúde. Nesse sentido, o objetivo deste estudo é relacionar os saberes e as práticas alimentares de marisqueiras da Ilha de Itaparica com suas condições de trabalho e estado de saúde. O estudo utilizou a abordagem qualitativa, descritiva, de caráter analítico. Foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas e aplicação da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. A análise das narrativas foi realizada com base na hermenêutica-dialética. Os resultados revelaram que a mariscagem possibilita as pescadoras artesanais suprimentos básicos para subsistência, contudo as condições precárias de trabalho compromete a qualidade de vida e repercute negativamente nas condições de saúde, assim como a insegurança alimentar e nutricional, que é uma realidade entre as pescadoras, mesmo a mariscagem sendo um método direto e indireto de acesso aos alimentos. Conclui-se que faz-se necessário a compreensão do processo de trabalho com a mariscagem e suas respectivas relações com os aspectos condicionantes do processo saúde/doença, visando uma abordagem inclusiva da atenção à saúde e da vigilância a saúde do trabalhador, para proporcionar o suporte necessário a essa população, assim como a criação de políticas institucionais para essa categoria de trabalhadores, bem como é de extrema importância a identificação e caracterização dos determinantes das diversas formas de insegurança alimentar e nutricional, de modo a fomentar a elaboração e implementação de políticas públicas de combate à fome e a pobreza.