Apropriação de imagens nas artes visuais no Brasil e na Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Midlej, Dilson Rodrigues
Orientador(a): Lins, Eugênio de Ávila
Banca de defesa: Lins, Eugênio de Ávila, Castro, Vera Marisa Pugliese de, Pepe, Suzane Tavares de Pinho, Paraiso, Juarez Marialva Tito Martins, Freire, Luiz Alberto Ribeiro
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Belas Artes
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Artes Visuais
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/25022
Resumo: A pesquisa tem como objeto trabalhos de artes visuais nos quais a apropriação de imagens oriundas da história da arte são elementos constitutivos preponderantes; também investiga as consequências do trânsito iconográfico existente entre períodos histórico-artísticos distintos, de maneira a compreender as dinâmicas desse fenômeno na arte no Brasil e, em especial, na Bahia. A apropriação de imagens da arte é entendida na pesquisa como fator determinante da consolidação dos valores artísticos da cultura ocidental e a tese apresentada ‒ principal pressuposto da investigação ‒ é a de que a apropriação de imagens é um procedimento teórico-operatório e um recurso poético praticado com a intenção de deslocar valor às obras recentes e conceder caracteres de intelectuação, erudição de conhecimento e legitimação ao fazer artístico. O objetivo geral é conhecer e ampliar as possibilidades de reflexão e de conhecimento da natureza e da problematização das manifestações plásticas contemporâneas da arte no Brasil e a produzida na Bahia, em que a apropriação de imagens e de conteúdos da história da arte brasileira e internacional se constitua em recursos operatórios preponderantes. Quanto à metodologia, a pesquisa se insere nos campos conceituais dominantes da história, da interpretação, da crítica de arte e utiliza os métodos de análise e síntese, analítico-comparativo e conhecimentos do método histórico ‒ por meio da história das imagens, das metodologias da história da arte e de procedimentos da crítica de arte. Devido a isso, privilegia as obras teóricas de Aby Warburg, Georges Didi-Huberman, Hubert Damisch, Antoine Compagnon, Penelope Davies e Terry Barrett. A abordagem é qualitativa; assim, não relaciona todas as obras de cada artista em que aparecem apropriações de imagens e, sim, privilegia os tipos representativos e as principais particularidades relacionadas às apropriações de imagens características de um dado grupo de obras. Apresenta o conceito fundador de apropriação, considera a ressignificação como sinônimo de apropriação de imagens, discute a ressignificação como recurso interpretativo e de representação, destaca as particularidades e especificidades entre a apropriação, a releitura e a citação, e tece considerações sobre os sentidos da ressignificação na arte no Brasil, considerando 74 artistas e mais 45 da Bahia, totalizando 119 indivíduos ou grupos. Cita alguns artistas-base internacionais, vinculados às apropriações de imagens, e apresenta alguns dos principais conceitos fundantes da apropriação à luz da compreensão das informações existentes e da bibliografia disponível. Para efeito de conclusão, destacam-se: o papel de Elaine Sturtevant no âmbito de atuação internacional, como a “mãe” da apropriação de imagens; as especificidades das apropriações de imagens no Brasil, por meio de obras de Nelson Leirner, Regina Silveira, Adriana Varejão e Vik Muniz, entre outros; confirma Lenio Braga como o primeiro a utilizar apropriações de imagens na Bahia; apresenta o procedimento apropriativo de imagens como fenômeno transcultural e recurso de deslocamento de valor às obras recentes, que viabiliza a coautoria e a coparticipação de artistas de outros tempos históricos. Adicional a isso, conclui que as apropriações no Brasil e na Bahia se dão por meios de: comentário sobre o próprio medium ou linguagem utilizada; homenagem/tributo; deflagrador de processos criativos; comentários parodísticos e irônicos; intelectuação; comentários de gênero; e abordagens de cunho político-ideológico.