A subversão da sujeição: a ação política da dança do ventre em adolescentes sujeitadas e em instituições

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Mignac, Márcia Virgínia dos Reis
Orientador(a): Setenta, Jussara Sobreira
Banca de defesa: Setenta, Jussara Sobreira, Katz, Helena Tania, Oliveira, Fernando José Reis de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Dança
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Dança
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27529
Resumo: Esta dissertação apresenta a dança do ventre como uma ação política trabalhada em três eixos: corpos-sujeitos, corpos-instituições e na oficialização da dança nos espaços institucionais. Para tanto, defende a hipótese de que a dança do ventre é uma ação subvertedora e propositora de reorganizações corporais, uma vez que atua no mesmo ambiente de ocorrência da sujeição. Para entender o corpo que dança na situação do abuso sexual, o estudo apresenta a implementação da dança do ventre em instituições especializadas da cidade de Salvador-Ba. O objetivo é analisar criticamente os encaminhamentos de dança desenvolvidos nessas instituições, de forma experimental, nos anos 2004 e 2005. Para isso, através de leituras e análises sistemáticas, foi selecionado um recorte teórico concernente às relações estabelecidas entre dança, dança do ventre, corpo, poder e sujeição. Destacam-se autores como Katz e Greiner, Lakoff & Jonhson em diálogo com as obras de Foucault, e autores das ciências políticas como Pélbart, Butler e Agamben. A abordagem metodológica se dá via procedimentos e etapas de investigação, através da aplicação de entrevistas semi-estruturadas; da análise dos dados coletados nas experiências corporais; da análise crítica dos experimentos propostos e da articulação com as instituições receptoras. Desse empreendimento, a dissertação propõe-se ainda a discutir o lugar do corpo e do corpo que dança em espaços institucionais que adotam procedimentos da natureza no trabalho com adolescentes sujeitadas pelo abuso sexual. A observação das relações e implicações filosóficas-políticas dos corpos-sujeitos e dos corpos-instituições envolvidos na discussão do abuso sexual serve ao propósito de indicar possíveis devoluções às instituições, entendidas na etapa final do estudo como proposições, ao invés de conclusões finais. O estudo prestou-se ainda à tarefa de propor a oficialização da dança no protocolo de serviços das instituições analisadas.