Medicalização da educação: discursos que ecoam na vida diária escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Oliveira, Ariane Rocha Felício de
Orientador(a): Viégas, Lygia de Sousa
Banca de defesa: Machado, Adriana Marcondes, Oliveira, Elaine Cristina de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/18278
Resumo: A presente pesquisa pretende compreender, a partir do referencial teórico da Psicologia Escolar e Educacional em uma Perspectiva crítica, como os discursos medicalizantes ecoam na vida diária escolar, a partir da aproximação com uma escola municipal da cidade do Salvador-BA. A ideia de perceber o eco é entender de que modo a escola tem se apropriado, ainda que não de forma consciente, da concepção medicalizante, tanto no intuito de repetição quanto na ideia do que se produz a partir da reflexão desses discursos. A fim de alcançar o objetivo apresentado, a pesquisa adotou como método a pesquisa qualitativa em Psicologia e Educação, de inspiração etnográfica. A realização do campo contou com observações em sala de aula e entrevista. Partindo do conceito de medicalização, que entende o fenômeno como a transformação de questões coletivas, produzidas a partir de instâncias históricas, sociais, políticas, culturais e escolares, em problemas de cunho individual, a presente dissertação busca considerar as mais diversas formas de apresentação de discursos, concepções e práticas que vão nessa direção no território escolar, tanto no sentido de reprodução como em possíveis resistências a esse processo. Para entender a reprodução de discursos que pautam a escolarização no esforço pessoal, tanto de alunos como de professores, a pesquisa ressalta o papel relevante das políticas educacionais, sobretudo no que tange à política do ciclo por aprendizagem, por ela ter servido como base para que os olhares se voltem para o indivíduo, responsabilizando-o pelas dificuldades enfrentadas e produzidas no processo de escolarização. A pesquisa também faz uma análise crítica dos discursos que reproduzem o olhar para a pobreza como complicadores no desenvolvimento da aprendizagem e das relações dos alunos, ressaltando o quanto isso gera estigma e ajuda na manutenção de preconceito. A fim de aproximar o olhar para o que tem passado crianças e adolescentes, o trabalho traz a história de dois alunos da turma do 3º ano, os quais ajudam na elucidação e aprofundamento das interpretações acerca das dificuldades de escolarização. No intuito de tentar entender as diversas formas de medicalização, o trabalho traz o tema a partir da perspectiva do professor, objetivando, também, evitar que os olhares se reduzam à culpabilização desses profissionais pelas dificuldades enfrentadas na vida diária escolar. Além dos aspectos já citados, a pesquisa também faz um resgate do que seria o papel fundamental da escola para discutir diversidade e inclusão. Por fim, a presente pesquisa aponta para as contradições e rupturas nos discursos e práticas medicalizantes, apostando na possibilidade de fortalecimento das ações de resistência.