Experiência da incapacidade para o trabalho dos usuários - trabalhadores do território de uma Unidade de Saúde da Família

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Barros, Luiza Monteiro lattes
Orientador(a): Lima, Mônica Angelim Gomes de
Banca de defesa: Lima, Mônica Angelim Gomes de, Neves, Robson da Fonseca, Freitas, Maria do Carmo Soares de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho (PPGSAT) 
Departamento: Faculdade de Medicina da Bahia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37559
Resumo: A incapacidade para o trabalho é um fenômeno multidimensional em crescimento em âmbito mundial, com impacto negativo na vida do trabalhador e para a sociedade. Configura-se pela interação entre aspectos físicos e psicossociais do trabalhador com fatores contextuais, envolvendo sistema de saúde, de compensação e do trabalho. A estratégia de Saúde da Família tem um papel importante na prevenção de agravos ao usuário-trabalhador e no gerenciamento dos casos de afastamento do trabalho. Este estudo tem como objetivo compreender a experiência da Incapacidade para o Trabalho dos usuários-trabalhadores do território adstrito de uma Unidade de Saúde da Família. A metodologia adotada foi o estudo qualitativo de caráter exploratório com orientação analítico-descritivo, o qual se apoia no referencial da Fenomenologia Social de Schutz, no Modelo Ecológico de Gerenciamento de Casos da Arena da Incapacidade para o Trabalho e da Transdisciplinaridade. Foram realizadas entrevistas em profundidade com oito usuários-trabalhadores com incapacidade para o trabalho domiciliados no território adstrito da Unidade de Saúde da Família. Os dados foram submetidos à análise temática. Emergiram, nas experiências descritas, situações de trabalho infantil e dificuldade de escolarização, formas precárias de inserção no mercado de trabalho, afastamento do trabalho por situações sociais, como a maternidade e a condição de se tornar cuidadora, e processos de adoecimento, assim como, seus impactos e estratégias de enfretamento, também barreiras e construção de rede de suporte social na busca do cuidado em saúde e proteção social, compondo a situação biográfica e o estoque de conhecimento desses usuários-trabalhadores. A Estratégia de Saúde da Família, com suas limitações, mas com suporte de retaguarda técnica, conseguia ser resolutiva na produção do cuidado aos usuários-trabalhadores, entretanto havia a necessidade de fortalecimento do vínculo. Evidenciou-se que as diferentes dimensões dos sistemas que envolvem o trabalhador, a falta de comunicação e cooperação entre os atores-chave, a desproteção social e as lacunas nas políticas públicas influenciam como determinantes da incapacidade prolongada para o trabalho. Concluiu-se que, a despeito das ações e das atitudes de enfretamento dos usuários-trabalhadores, a condição de vulnerabilidade social favoreceu o processo de incapacitação, e a incapacidade para o trabalho aprofundou a vulnerabilidade, desorganizando o cotidiano e fragilizando os poucos recursos desses sujeitos para a permanência no mercado de trabalho ou na franja do mercado.