Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Gomes, Camila Araújo
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Orientador(a): |
Lima, Rachel Esteves
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Banca de defesa: |
Lima, Rachel Esteves
,
Herrera, Antonia Torreão
,
La Regina, Anne Greice Soares
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
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Programa de Pós-Graduação: |
Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT)
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Departamento: |
Instituto de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38883
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Resumo: |
Esta dissertação propõe-se a analisar como Milton Hatoum, em seus romances de formação A noite da espera (2017) e Pontos de fuga (2019) – ambos pertencentes à trilogia O lugar mais sombrio – revisita as memórias da ditadura civil-militar brasileira, considerando os recursos estéticos empregados pelo autor. Investiga-se, também, em que medida os dois objetos literários retratam temas já tão explorados na literatura dos anos de chumbo: o exílio e o encarceramento políticos, a tortura e a censura, a repressão e o obscurantismo. Ao realizar uma (re)leitura contemporânea da ditadura, o escritor leva-nos a perceber que esse período sombrio é uma espécie de ferida ainda aberta no tecido histórico-cultural da nação brasileira, colocando-se ao lado daqueles que reivindicam historicamente seu direito à memória democrática, além de flagrar as transformações sociopolíticas e econômicas no presente, sem esquecer os efeitos nefastos desse passado ditatorial recentíssimo que ainda se manifestam no cotidiano do país redemocratizado. Busca-se também explorar a interface teórica entre memória, melancolia e identidade, por meio da trajetória fictícia de Martim, narrador-protagonista de ambas as tramas sequenciais – cuja adolescência e vida adulta desenrolam-se sob o jugo militar, sobretudo depois da promulgação do Ato Institucional n.º 5 (AI-5), o ato mais repressor firmado ao longo dos 21 anos de regime. Ademais, pelo viés da crítica literária e cultural, examina-se a composição da escrita híbrida de Hatoum adotada nas duas obras referenciadas. Esse hibridismo advém da combinação dos seguintes gêneros literários: romance de formação, autobiografia e diário. Esse trato plural engloba o memorialismo e a autorreferencialidade correntes na prosa literária brasileira produzida nas décadas de 1970 e 1980. Logo, esse gesto artístico evidencia um diálogo com a fortuna crítica sobre as produções de literatura correspondentes aos períodos de 1964 a 1979, 1980 a 2000 e 2001 aos dias atuais. Pode-se dizer, portanto, que o trabalho ficcional em tela se traduz sensivelmente em um projeto de vida, de arte, de justiça, dentro do imaginário social de um Brasil que segue contornado por discursos seculares de opressão e resistência. |