Rede de histórias: identidad(s) e memória(s) no romance Dois irmãos, de Milton Hatoum
Ano de defesa: | 2004 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/ALDR-5YURZM |
Resumo: | Este trabalho tem por objetivo fazer um estudo sobre os aspectos relacionados à questão da memória, uma vez que ela funciona como base fundamental, como elemento de sustentação da estrutura narrativa na obra Dois irmãos, de Milton Hatoum. Ao apresentar a experiência e história particular de um indivíduo assujeitado, juntamente com a de uma família de descendentes de sírio-libaneses que se forma nos arredores de Manaus, no início do século XX, Dois irmãos traz à cena a coexistência e convivência de grupos étnicos e a interação e integração de diferentes tradições, a partir de processos de traduções culturais.A abordagem teórica deste trabalho se desenvolveu a partir de considerações feitas acerca do estudo da memória por críticos pós-modernos, como Andreas Huyssen, Fausto Colombo, Ricardo Piglia. Este estudo, aborda, também, diversas questões como polifonia e a sua heterogeneidade da linguagem, a hibridez, o multiculturalismo a partir de teóricos como Homi Bhabha, Nestor Garcia Canclini, Peter Burke e Mikhail Bakthin. Assim sendo, este estudo procurou mostrar como Milton Hatoum discute e usa a memória como veículo de representação de identidade(s), e como culturas e tradições distintas podem ser identificadas a partir do emprego dessa memória. Demonstra, ainda, por essa base mnemônica, como multicultural e o híbrido estão intrinsecamente relacionados como processo de formação da Região Norte, devido à imigração e miscigenação recorrentes, em específico, na cidade de Manaus. Verificou-se, nas histórias narradas por Nael, a voz de uma coletividade, apresentada pelo uso da polifonia textual. Verificou-se ainda, por trás dessas múltiplas vozes, que é possível reconstruir uma tradição ou várias tradições. A memória do narrador é reconstruída por fragmentos e pelo resgate dessas múltiplas vozes que, de certa forma, possibilitaram a reconstrução de identidades plurais e individudualizadas. |