Distúbios múculoesqueléticos em pescadores artesanais marisqueiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Seixas, Jacqueline Menezes
Orientador(a): Rego, Rita de Cássia Franco
Banca de defesa: Fernandes, Rita de Cássia Pereira, Daltro, Gildásio
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Medicina da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31805
Resumo: O trabalho da pesca artesanal/mariscagem é realizado de forma simples e com uso da força para a manipulação de instrumentos rudes na extração e beneficiamento dos mariscos. Estudos qualitativos mostram a presença de movimentos repetitivos e uso de posturas estressantes na realização das etapas da mariscagem que podem estar associadas à presença de distúrbios musculoesqueléticos. Desta forma, o presente estudo teve como objetivo realizar um estudo epidemiológico para identificar a prevalência de queixas e distúrbios musculoesqueléticos (DME) nas regiões do pescoço, ombro e parte alta das costas e demandas físicas e psicossociais no trabalho da mariscagem. Demandas físicas foram avaliadas através do auto-registro das trabalhadoras, em uma escala numérica de seis pontos, com âncoras nas extremidades. Características individuais e atividades extra-laborais também foram investigadas. O distúrbio musculoesquelético foi definido como relato de dor ou desconforto em região de membros superiores e parte alta das costas nos últimos doze meses, com duração maior que uma semana ou frequência mínima mensal com grau de severidade maior ou igual a 3, em uma escala de 0 a 5. A população estudada foi composta pelas trabalhadoras da pesca artesanal de seis comunidades de Ilha de Maré, de Salvador-BA, que realizam a mariscagem como principal atividade ocupacional. Como instrumento de pesquisa foi utilizado um questionário padronizado e reconhecido que foi aplicado pela autora e por uma equipe de entrevistadores devidamente treinados. Verificou-se um percentual de 52,5% de DME na região do pescoço, de 76% no ombro e na parte alta das costas de 79,2%, valor elevado considerando a especificidade dos critérios pré-estabelecidos para a definição de caso. Foi identificada alta prevalência de exposição a demandas físicas do trabalho nas etapas da coleta, transporte, lavagem, cozimento e cata. A partir dos resultados encontrados no presente estudo, aponta-se a necessidade de prover não só um ambiente físico com recursos adequados para a coleta e beneficiamento dos mariscos e orientações quanto às posturas realizadas, mas, também, estratégias que propiciem modificações nos aspectos da assistência à saúde destas populações reconhecendo as características do trabalho da pesca artesanal/marisqueira e as demandas físicas e psíquicas envolvidas que podem gerar adoecimento do sistema musculoesquelético.