Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Santos, Elizângela de Morais
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Orientador(a): |
Santos, Adriano Maia dos
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Banca de defesa: |
Santos, Adriano Maia dos
,
Leal, Juliana Alves Leite
,
Reis, Helca Franciolli Teixeira
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC - IMS)
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Departamento: |
Instituto Multidisciplinar em Saúde (IMS)
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37951
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Resumo: |
Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) vêm percorrendo um caminho árduo em busca de reconhecimento e fortalecimento da identidade profissional e das suas atribuições, intensificado, especificamente, durante a pandemia da covid-19. Durante a pandemia, os ACS foram recrutados para realização de atividades corriqueiras já preconizadas na atenção à saúde territorial, com algumas adaptações. Assim, tiveram que acumular outras responsabilidades relacionadas ao controle da pandemia no território. Esse estudo tem como objetivo a análise da psicodinâmica do trabalho dos ACS, no contexto da pandemia da covid-19. Para tanto, foi utilizado o arcabouço teórico da psicodinâmica do trabalho em saúde. Para a psicodinâmica do trabalho, o trabalho é um fator constitutivo da formação psíquica do sujeito, sendo que pode ser causador de sofrimento ou de prazer. Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa, desenvolvido no município de Vitória da Conquista, Bahia. Os sujeitos da pesquisa foram dezoito ACS que trabalhavam em unidades de saúde da família da zona rural. A produção dos dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas. A interpretação dos dados ancorou-se na análise de conteúdo temática e foi organizada em seis categorias: a) Os sentidos de ser ACS; b) Trabalho na pandemia: sofrimento e prazer; c) Processo de criação: o prescrito e o real; d) O encontro com a realidade da pandemia: o medo; e) Estratégias de defesa: vivência do trabalho na pandemia; e f) Reconhecimento: um sentido para continuar o trabalho na pandemia. Os resultados principais apontam que: 1) ser ACS, não foi uma profissão almejada e o motivador foi alcançar uma estabilidade financeira, sobretudo por não terem outras oportunidades de vínculo empregatício. Assim, a adaptação, o aprendizado e a identidade profissional ocorreram no processo de trabalho cotidiano na comunidade; 2) Sentimentos “não positivos” foram externalizados como, por exemplo, o sofrimento psicológico acarretado pela prática, a impotência diante das adversidades, a permanência no trabalho por falta de opção em ter outra ocupação profissional, a interferência no seu núcleo familiar, por não haver um limite “respeitado” pela comunidade entre dia/horário de trabalho e momento de descanso; 3) Trabalhar como ACS foi uma atividade desafiadora, particularmente, no período da pandemia. Em algumas situações, o ACS tem que ser um “psicólogo” para conseguir acolher as demandas da comunidade. Tal necessidade requer um esforço cognitivo e uma busca permanente para manter um equilíbrio nas relações com a população e, frequentemente, tentativas de se colocar no lugar do outro para compreensão da complexidade do processo saúde-doença-cuidado. Além disso, destacaram que, por vezes, eram responsabilizados por todos os lados pela comunidade e pelo serviço, por não conseguirem suprir as várias demandas dos usuários. Por fim, os ACS reconheceram a relevância do seu trabalho para êxitos das ações desenvolvidas pela equipe da APS, com especial destaque para territórios rurais. Não por acaso, destacaram a importância do vínculo que desenvolvem entre o conhecimento tecno-científico e o conhecimento popular, o elo de confiança e informação entre o serviço e a população e se percebem como fundamentais para o SUS, inclusive no contexto da pandemia. |