Planejamento Estratégico e Conservação com base em participação comunitária no Estuário do Itapicuru, Conde-BA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Vanegas de La Rosa, Gabriela Teixeira
Orientador(a): El-Hani, Charbel Niño
Banca de defesa: Cardel, Lídia Maria Pires Soares, Leite, Luciana Araújo
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ecologia: teoria, aplicação e valores
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/34223
Resumo: Uma grave crise ambiental, ocasionada principalmente por ações antrópicas, tem se desenrolado nas últimas décadas, com substancial impacto sobre a biodiversidade mundial. Diante dessa crise, abordagens de conservação da natureza frequentemente incluem somente aspectos técnicos e científicos, mas tem sido cada vez mais reconhecida a necessidade de também considerar outros tipos de conhecimentos envolvidos nas relações entre humanos e natureza, tais como conhecimentos indígenas, tradicionais e locais. Tendo em vista que estratégias participativas frequentemente são levadas a cabo para dar conta do requisito da inclusão de tal diversidade de conhecimentos, o presente trabalho analisou em que medida o planejamento participativo influencia as concepções de uma comunidade sobre o tema conservação ambiental e de que forma essa percepção e sua dinâmica se refletem no processo de tomada de decisão das partes interessadas. O estudo foi realizado na comunidade pesqueira de Siribinha, no município do Conde-BA, a partir de outubro de 2018, quando começaram a ser realizadas Oficinas Informativas e Participativas visando construir com a comunidade conhecimentos acerca de conservação, sustentabilidade, fauna, leis ambientais e outros conhecimentos pertinentes à sua participação nas tomadas de decisão levadas a cabo pelo poder público para a conservação da região onde vivem. As Oficinas Participativas também envolveram a reflexão dos membros da comunidade sobre os problemas que enfrentam, suas causas e ações que podem ser realizadas para confrontá-los, de fato levando-os a executar tais ações. Essa participação se mostra importante para a preservação do modo de vida dessas comunidades e para o retorno desses esforços de conservação para elas próprias, de modo a promover melhoria de sua qualidade de vida. Para compreender a influência das oficinas sobre as concepções da comunidade sobre conservação e sua participação nos processos de tomada de decisão, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com pessoas da comunidade. As entrevistas foram transcritas e submetidas a análise de conteúdo, usando técnicas de análise categórica. Os resultados obtidos indicam que as oficinas influenciaram positivamente o entendimento das pessoas entrevistadas sobre conservação, havendo um ganho de entendimento sobre questões ambientais que afetam a comunidade, quais medidas podem ser tomadas para fazer frente a essas questões, e as decisões políticas em andamento no município para a conservação da região onde vivem. Esses achados apoiam a proposição de que o planejamento estratégico participativo pode ter efeitos sobre as concepções sobre conservação de uma comunidade local, como fator relevante para sua participação em tomadas de decisão sobre conservação que a afetam.