Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Cerqueira do Carmo, Jhader |
Orientador(a): |
Maurício Cavalcanti de Aragão, Daniel |
Banca de defesa: |
Vitale Ramos Mendes, Denise Cristina,
Kubík Taveira Mano, Maíra |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26960
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Resumo: |
Há uma série de significados em torno do verbete feminismo; não obstante, uma forma convergente de compreendê-lo, tomando-se por base estudos internacionais, se vincula à percepção do feminismo como um campo político de práticas discursivas, interagindo entre si em multifacetadas e, por vezes, paradoxais dinâmicas de poder. Esta dissertação buscou analisar essas inter-relações, tendo como objeto de investigação a governança global dos direitos humanos das mulheres. Assim, seu objetivo foi o de captar em tal sistema de governança as tensões dos processos construídos historicamente, com foco nos de concertação internacional diante da diversidade de feminismos. Sua metodologia se desenvolveu em moldes exploratório e descritivo de pesquisa bibliográfica, buscando revisitar criticamente histórias e documentos oficiais, e, sobretudo, permitindo a enunciação de narrativas de mulheres marginalizadas e silenciadas ao largo da historiografia. Ademais de atentou-se em momentos preparatórios e eventos paralelos das conferências das Nações Unidas. Os resultados da pesquisa remetem ao patriarcado como intrínseco à conjuntura internacional – capitalista e neoliberal, o qual imputou-a instituições sociais para possibilitar, a priori, o homem subjugando a mulher e, mais contemporaneamente, num intento racional de sobreviver e perpetuar-se ainda mais, estabelecendo relações de poder e gênero entre as próprias mulheres. Tomando esse pressuposto, pode-se observar que a retrospectiva política do coletivo de mulheres em interação com organismos internacionais revela esse tipo de contexto; por exemplo, nas grandes Conferências das Nações Unidas sobre as Mulheres (1975-1995), houve um cenário de conflitos, em razão de se haver permitido ali, ao menos formalmente, uma multiplicidade de vozes, agentes e identidades. Contudo, já em seus últimos processos políticos, a estrutura patriarcal, apropriando-se de códigos discursivos de um feminismo liberal e de sua preponderância no campo feminista, pressionou as mulheres ao pacto global, o que sustentou uma ideia falaciosa e contingente de solidariedade e feminismo internacional – mais evocados nos eventos de Cairo, 1994 e Pequim, 1995. Essa dissertação intencionou a discorrer complexidades e controvérsias em tais empreendimentos, revelando assim, a existência de projetos com lógicas de poder e hegemonia em um espaço de negociação e tomada de decisão, fomentado como espaço de deliberação democrática. |