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Devo que pagarei: comércio e crédito na Vila de Ilhéus na primeira metade do oitocentos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santos, Leandro Dias dos
Orientador(a): Medicci, Ana Paula
Banca de defesa: Pires, Maria de Fátima Novaes, Dias, Marcelo Henrique, Medicci, Ana Paula
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33184
Resumo: Esta investigação visa analisar as práticas creditícias na Vila de Ilhéus na primeira metade do Oitocentos, assim como seus agentes e as redes financeiras presentes na dinâmica econômica e social daquela vila. Nessa perspectiva, o estudo propõe compreender, a partir do crédito, as diversas estratégias utilizadas pelos moradores da Vila de Ilhéus para se obter bens e capitais num período de escassez monetária e num lugar tido como pobre e isolado do circuito comercial, de acordo com parte da bibliografia especializada. A base empírica dessa pesquisa é composta pelo banco de dados de escrituras, procurações, assim como os registros eclesiásticos de terras, os testamentos e; os inventários post-mortem dos principais agentes de crédito daquela Vila. Estas fontes revelaram uma considerável circulação monetária através de compras e vendas à vista de imóveis urbanos, rurais, escravizados e bens mercantis. Além disso, a documentação estudada mostra um importante mercado de crédito que envolveu pessoas de diferentes categorias sociais, que variavam desde grandes senhores de engenhos, pequenos lavradores, comerciantes, indivíduos detentores de cargos públicos e, até mesmo, escravizados. Foi possível perceber também que as relações interpessoais de amizade, compadrio, matrimônio e de ajuda mútua foram fundamentais para um indivíduo conseguir bens e capitais. A partir da análise dos inventários post-mortem dos personagens que mais atuaram nas escrituras de compras e vendas à vista ou a prazo, pudemos inferir que havia uma elite de prestamistas na localidade e que estes homens conseguiram montar redes creditícias que ultrapassavam as fronteiras da então Vila de Ilhéus. Assim, foi possível afirmar que Ilhéus no período em foco estava vivendo uma época de gradual desenvolvimento, tendo como elementos basilares o crédito, a especulação de terras e a produção de açúcar, aguardente, gêneros alimentícios e cacau, produto último que transformou a futura cidade de Ilhéus numa das principais cidades da Bahia no final do século XIX e ao longo do século XX.