Autoridade e tradição : a crise intergeracional que afeta a educação e o mundo moderno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Bélens, Átila lattes
Outros Autores: Santos, Átila Bélens Ferreira dos
Orientador(a): Almeida, Vanessa lattes, Almeida, Vanessa Sievers de
Banca de defesa: Custódio, Crislei lattes, Lima, Alessandra, Almeida, Vanessa Sievers de, Custódio, Crislei de Oliveira, Lima, Alessandra Carbonero
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
FACED - Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) 
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34646
Resumo: Este trabalho apresenta uma reflexão sobre as relações entre os conceitos de autoridade, tradição e educação no pensamento de Hannah Arendt. A autora aborda esses assuntos com base na crise educacional. A autoridade, na concepção arendtiana, corresponde à responsabilidade que o adulto assume em relação à preservação do mundo, e a tradição, significa o respeito às experiências dos antepassados. Já o conceito de natalidade em Arendt é fundamental porque representa a essência da educação, e diz respeito ao nascimento dos recém-chegados que poderão agir e modificar o mundo. Nesse contexto da teia conceitual arendtiana, a crise de autoridade e tradição na educação, é analisada como deslocamento ou desaparecimento da responsabilidade dos adultos com relação aos recém-chegados no mundo. Assim, os adultos perdem a capacidade de transmitir a herança para as crianças que são educadas no espaço privado e na instituição escolar. Desse modo, a transmissão de conhecimento, amparado pelo ensino e aprendizagem na educação é afetado por uma crise intergeracional. A presente dissertação investiga, como essa crise intergeracional influenciou o relacionamento entre adultos e crianças. A compreensão da crise proporciona a oportunidade de refletirmos sobre a relevância da educação das crianças para as relações que estabelecerão futuramente como adultos livres no espaço público e na sua constituição como indivíduos na civilização. Diante desse contexto, discutimos como a crise se aprofundou de tal forma que os próprios recém-chegados transferiram a responsabilidade perdida pelos adultos para o acesso à informação com a chegada da revolução digital. Entretanto, em nossa análise, consideramos que o acesso à informação não é formação. Refletir sobre a crise de autoridade e tradição, fundamentado na crise intergeracional pode significar que a educação é o espaço que deve ser preservado para sustentar a relação entre gerações. Cabe ao adulto assegurar sua promessa de apresentar o legado de um mundo, permitindo o acesso aos fios da tradição, para que os recém-chegados assumam essa herança e possam se relacionar como seres singulares com a pluralidade humana.