Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Dias, Cristiana Kaipper
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Orientador(a): |
Marsico, Giuseppina |
Banca de defesa: |
Marsico, Giuseppina,
Zucoloto, Patrícia Carla Silva do Vale,
Navarro, Pablo Pérez,
Lordelo, Lia da Rocha,
Barreto, Mariana Leonesy da Silveira |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI)
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Departamento: |
Instituto de Psicologia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37342
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Resumo: |
O presente estudo empreendeu uma investigação sobre a maneira em que se dá a construção do gênero em pessoas pessoas trans a partir da sua vivência no contexto escolar. Para este estudo utilizamos como bases teóricas a Psicologia Semiótico-Cultural, a Teoria do Self Dialógico e a Teoria Queer pois, cada um ao seu modo, nos ajudaram a compreender a relação entre desenvolvimento da identidade de gênero e a escola. Entendemos que este é um tema de fundamental importância para as populações trans, considerando o nível de violência transfóbica sofrida por estas pessoas em uma sociedade organizada a partir da cisnormatividade. Para este trabalho, utilizamos como base o método qualitativo, no qual empreendemos entrevistas na modalidade online, com questionários semi-estruturados, utilizando também as técnicas do Mapa escolar e do Photovoice. Foram entrevistadas quatro pessoas trans entre vinte e um e vinte e nove anos, residentes em cidades brasileiras. A partir destas entrevistas, fizemos uma análise das narrativas para compreender de que modo as práticas da instituição escolar se relacionaram, em cada caso, com a construção da identidade de gênero. Como resultado, encontramos um ambiente escolar extremamente hostil em relação ao desenvolvimento de identidades trans, o que impossibilitou que os participantes fizessem a transição enquanto frequentavam a escola e criou um bloqueio semiótico sobre a transgeneridade, de modo a impedir ou atrasar o desenvolvimento da identidade de gênero des participantes. O único participante que conseguiu realizar sua transição de gênero ainda no ensino médio, relata ter sofrido inúmeras violências transfóbicas que quase o expulsaram do espaço escolar. Considerando que a legislação brasileira está baseada no paradigma da educação inclusiva, concluímos que a escola não tem cumprido seu papel de incluir todas as pessoas no processo de socialização e aprendizadem e proporcionar um desenvolvimento integral para seus alunos. Por isso, propusemos o conceito de cultura coletiva escolar, que seria uma dinâmica semiótica entres os atores escolares, criando valores e práticas internos ao contexto escolar. Além de orientar o ambiente escolar para um campo semiótico específico, que pode ser mais acolhedor ou mais preconceituoso, as narrativas que compõem a cultura coletiva escolar são internalizadas peles estudantes, passando a constituir seus posicionametos de eu e seu sistema de self, gerando impacto em seus desenvolvimentos. Para atuar nesta dinâmica e transformá-la positivamente, as escolas precisam empreender ações massivas e prolongadas. Neste sentido, para combater a transfobia e a cisheternormatividade nas escolas, se fazem necessárias legislações específicas, políticas públicas e ações práticas para garantir que pessoas trans possam existir com dignidade dentro do espaço escolar. |