A família Pessôa, o prestígio e a tradição: encenações e práticas oligárquicas na Paraíba (1889-1942)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Gomes, Iordan Queiroz
Orientador(a): Paraíso, Maria Hilda Baqueiro
Banca de defesa: Leite, Rinaldo Cesar Nascimento, Cardoso, Célia Costa, Freitas, Antônio Fernando Guerreiro Moreira de, Aranha, Gervácio Batista, Paraíso, Maria Hilda Baqueiro
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33192
Resumo: A presente tese tem por objetivo compreender como a família Pessôa construiu e defendeu um prestígio político, associado a construção de uma tradição familiar, alimentada historicamente enquanto uma estratégia de manutenção do status quo, constituídos como aspectos integrantes da configuração do poder político da família na Paraíba entre 1889 e 1942. Esse objeto de estudo foi sendo delineado a partir de uma série de preocupações oriundas da interpretação das fontes e da literatura que fundamentou a pesquisa. Assim, tracei o meu percurso a partir de duas ordens de questões. Na primeira, tento entender a criação e a defesa do prestígio enquanto aspecto fundamental para a configuração do poder político familiar. Na segunda ordem de questões, procuro perceber, paralelamente a criação e defesa do prestígio, de que maneira os Pessôa foram inventando uma tradição familiar enquanto uma estratégia para manutenção do status quo no curso do tempo. Para respondê-las, duas hipóteses se apresentam como centrais ao longo da tese. De um lado, defendo que em paralelo a produção da vida material, do aparato econômico e da parentela, a criação e a defesa desse prestígio – entendido enquanto sinônimo de status –, atravessado pela recorrência de um complexo jogo de cena, fundamentou e assegurou a eficácia do poderio político e influência da família Pessôa na Paraíba durante a temporalidade estudada. Por outro lado, defendo que na criação e defesa desse prestígio, os Pessôa acabaram por inventar uma tradição familiar, reivindicada pelos seus próprios promotores de acordo com a expectativa de manutenção do poder político no momento em que este apresentou sinais de declínio. No último caso, penso que inventar uma tradição familiar foi uma estratégia da família para manutenção do patrimônio imaterial – o prestígio – dos Pessôa. Essas hipóteses se interconectam historicamente ao longo do recorte temporal delineado e apoiam-se na premissa de que as posições sociais assumidas pelos personagens que analiso não estiveram desconectadas das suas atividades políticas, econômicas e culturais, isto é, separadas do campo das práticas e representações, dos gestos e comportamentos, da realidade e da sua apreensão imaginária.