Espelho, espelho meu: um estudo sobre a (des)construção da imagem corporal em estudantes universitários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Ribeiro, Alexsandro
Orientador(a): Sampaio, Sônia
Banca de defesa: Pimentel, Adriana, Cozzani, Marcia, Moreira, Anália
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Milton Santos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares Sobre a Universidade
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/24025
Resumo: A imagem corporal (IC) parte da perspectiva das múltiplas óticas, processo em constante transformação, singular, indivisível e complexa, por refletir histórias de vida e trajetória de um corpo, estruturada numa relação intrínseca com as percepções existenciais no mundo a cada instante. A história das pessoas se confunde com a história de nossas experiências perceptivas, englobando aspectos fisiológicos, afetivos e sociais. Diante desse contexto, o objetivo dessa dissertação de mestrado foi compreender como se constrói cotidianamente a (in) satisfação com a IC dos estudantes universitários da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia do Centro de Formação de Professores. Para a realização desse estudo optou-se pela pesquisa na área das Ciências Sociais com enfoque na abordagem fenomenológica de cunho Etnometodológico, nesta perspectiva, busca se mostrar e esclarecer o que é dado, ou seja, de proporcionar uma descrição direta da experiência, tal como ela é. O objeto para o conhecimento nessa proposta metodológica não é o sujeito nem o mundo, mas o mundo enquanto é vivido pelo sujeito. Além disso, contribuições da entrevista compreensiva e em profundidade foram utilizadas, nessa perspectiva as análises necessitam de um estudo que leve em conta as concepções teóricas, a escuta dos atores da pesquisa e as impressões do pesquisador, formando uma tríade do conhecimento que dialogam entre si. O estudo foi composto por quatro estudantes (dois de cada gênero) dos cursos de graduação da respectiva universidade (Física, Pedagogia, Química e Educação Física). Os resultados apontam que a insatisfação com a IC é evidenciado nos estudantes desde a Educação Básica se prolongando até o Ensino Superior. Dentre as principais causas de constrangimento estão as críticas em relação às características físicas (orelha, cabelo, magreza e excesso de peso) e deve se observar que tal situação gera impactos negativos no desempenho acadêmico e na interação com os colegas, por outro lado, a satisfação com a IC ajuda no desempenho acadêmico e nas relações sociais. As brincadeiras de “mau gosto”, a discriminação e o racismo velado, atingem fortemente a auto-estima dos acadêmicos. Dois sentidos foram atribuídos pelos estudantes no que se refere à influência que a Universidade exerce/exerceu sobre a (in) satisfação com a IC. Para uns a Universidade não alterou a percepção da IC ao longo do percurso acadêmico, para outros, esta vivência universitária trouxe mudanças significativas em sua percepção da IC e neste cenário é criada uma Etnometodologia dos corpos. A todo instante, esses jovens discentes criam estratégias para se inserir na Universidade, serem aceitos e respeitados nas suas singularidades, apropriando-se de modos de ser e fazer intencionalizados, que o colocam na condição de atores sociais pensantes, reflexivos, críticos de suas realidades acadêmicas e de seus corpos.