Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Passos, Marlon Marcos Vieira |
Orientador(a): |
Parés, Luis Nicolau |
Banca de defesa: |
Rabelo, Miriam Cristina,
Moura, Milton,
Melo, Marcelo Moura,
Silva, Vagner Gonçalves da |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/23894
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Resumo: |
Esta tese é um desenho etnográfico da trajetória de Zulmira de Santana França, sacerdotisa do candomblé, iniciada aos sete anos de idade, nos idos de 1941, por Marieta Beuí, mameto do Unzó Tumbenci, terreiro fundado por ela, nos anos de 1930, na cidade do Salvador da Bahia, de nação congo-angola. Em sua feitura, Zulmira de Santana França teve como mãe pequena Luiza Franquelina da Rocha, na época, uma iaô do ketu, mas que depois se tornou uma das mais expressivas sacerdotisas da nação jeje-mahi, ficando eternamente conhecida como gaiaku Luiza de Oyá, líder espiritual do terreiro Huntoloji, da cidade baiana de Cachoeira. Zulmira herdou o Tumbenci de sua mãe adotiva e depois mãe de santo, mameto Beuí, aos 17 anos, quando sua mãe Beuí veio a falecer, em 1951. Tempos depois, para a composição de suas práticas religiosas, começou a ser cuidada por sua antiga mãe pequena, a já gaiaku Luiza, que se tornou sua mãe grande na linhagem espiritual do candomblé. Então, Zulmira passou a mameto de inquice. A partir de 1958, ao cumprir suas obrigações com gaiaku Luiza, recebeu a Cuia ritual (decá) também na nação do ketu, se tornando, além de uma mameto, uma iyalorixá, podendo iniciar filhos e filhas nesta nação. A tese versa sobre os entrecruzamentos de nações, a presença do congo-angola, do ketu, e, de certa forma, do jeje no exercício sacerdotal de mãe Zulmira em seu terreiro Tumbenci. Na tese há a presença de categorias analíticas bastidianas, como o princípio de participação (Bruhl), corte e as equivalências místicas; o conceito de agregação visto em Luis Nicolau Parés; algumas abordagens sobre perspectivas fenomenológicas em estudos afro-brasileiros desenvolvidos por intelectuais como Miriam Rabelo. Portanto, é um estudo que se volta para a negação da chamada pureza ritual e que busca evidenciar as misturas entre nações de candomblé e outras expressões religiosas, como umbanda, catolicismo e espiritismo. Para fortalecer minha compreensão acerca do que estudei, utilizei o conceito de transnação, a fim de configurar outras possibilidades rituais em casas abertamente amalgamadas, que já não podem ser entendidas pelos marcadores definidores da acepção nação, vistos em terreiros considerados tradicionais, por estarem alinhados ao que chamo, problematizando, de eixo celeste, fundamentalmente, A Casa Branca, o Gantois e o Afonjá. |