Violência obstétrica na perspectiva de profissionais de saúde: uma análise da realidade brasileira a partir das teorias de gênero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Karolayne Rodrigues
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/6076072861430130, https://orcid.org/0000-0001-7074-3967
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10570
Resumo: A Violência Obstétrica (V.O.) é uma forma de violência de gênero que envolve práticas negligentes por profissionais da saúde, comprometendo os direitos sexuais e reprodutivos de pessoas gestantes. A presente dissertação aborda o tema em dois estudos: o I estudo se qualifica como uma revisão de escopo que analisou as publicações científicas sobre as características da violência obstétrica na literatura mundial. Utilizou-se a estratégia PCC (População, Conceito e Contexto) para se chegar à pergunta norteadora: quais as principais características da violência obstétrica na publicação científica mundial? Por meio do método de Joanna Briggs Institute, realizou-se um levantamento em quatro bases de dados: Scopus, PubMed, Embase e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), foram selecionados artigos publicados nos últimos cinco anos, de 2018 a 2023. Identificaram-se 660 artigos, porém após a aplicação dos critérios e a leitura na íntegra, foram analisados 26 artigos de diferentes continentes. Os principais resultados do estudo I, indicaram que a violência obstétrica possui inúmeras definições, dependendo do contexto social, os atos de violência podem serem ressignificados, as pessoas que estão no ciclo gravídico-puerperal apresentam características de vulnerabilidade ligadas a questões raciais, de orientação sexual e de classe, os atos de violência tendem a se repetir em hospitais públicos e privados e alguns profissionais de saúde reconhecerem os atos de violência em suas práticas. O estudo II consiste em uma adaptação cultural do Questionário sobre a Percepção da Violência Obstétrica em Estudantes de Ciências da Saúde (PercOV-S,) para mensuração da violência obstétrica percebida por profissionais da saúde e suas implicações. Foi dividido em duas etapas: a primeira etapa diz respeito as etapas da adaptação semântica, e a segunda etapa descreve as análises fatoriais exploratória e confirmatória da escala de Percepção da Violência Obstétrica em Profissionais (PercOV-P). Como instrumentos, foram utilizados o questionário sociodemográfico e o instrumento PercOV-S. Foram realizadas Análise Fatorial Exploratória, Análise Fatorial Confirmatória, análise de redes e teste de Mann-Whitney. O instrumento PercOV-S foi validado no contexto brasileiro e demonstrou uma estrutura fatorial interna consistente. Os estudos estão vinculados a Linha de Pesquisa Processos Psicossociais do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI), e contribuem para uma melhor compreensão do problema no contexto, especialmente amazônico, por apresentar um panorama internacional e adaptar um instrumento confiável para a coleta de dados, cuja aplicação em estudos futuros na região amazônica pode gerar uma comparação com resultados de outras regiões do Brasil e do mundo.