Mercado Rio Vermelho (Ceasinha): um processo de perda de identidade e gourmetização de um mercado público na Bahia, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lima, Joseni França Oliveira lattes
Orientador(a): Machado, Gustavo Bittencourt lattes
Banca de defesa: Machado, Gustavo Bittencourt lattes, Oliveira, Fernando José Reis de lattes, Andrade, Lilian Lessa lattes, Couto, Vitor de Athayde lattes, Santos Júnior, Anibal de Freitas lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação Multidisciplinar e Multi-institucional em Difusão do Conhecimento (DMMDC) 
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37114
Resumo: A feira e o mercado público tradicionalmente são reconhecidos como locais onde se vendem e compram alimentos, caracterizados como espaços de intensa circulação de pessoas e mercadorias. A questão dos mercados públicos remete a aspectos socioculturais, econômicos, geográficos e históricos, pois são locais onde as pessoas se encontram e socializam-se. Compreender o processo de mudança e o impacto dessa transformação envolve conhecer a história do mercado, os comerciantes, a clientela, suas relações com o mercado e a comunicação do mercado com seu público. A pesquisa teve, como objetivo geral, compreender os efeitos da mudança na estrutura física do Mercado do Rio Vermelho (Ceasinha) após sua renovação e reconstrução a partir da percepção de clientes e comerciantes. A mudança do mercado para outro modelo aparentemente produziu alguns efeitos diferentes daqueles esperados. Nesse sentido, surge a questão: como preservar a identidade de espaços públicos que sofrem intervenções estruturais? Uma das hipóteses é que as mudanças físicas e estruturais provocaram alteração dos significados nas relações entre os próprios comerciantes e no processo de comercialização com seus clientes. Além do arcabouço teórico, as bases epistemológicas estão estabelecidas em Jürgen Habermas, com a evolução histórica do Espaço Público e Edgar Morin, na perspectiva da complexidade. O cenário contemporâneo do Capitalismo e Globalização está baseado em Milton Santos e da sociedade de consumo, por Jean Baudrillard. Quanto à abordagem metodológica, esta é uma pesquisa quantitativa e qualitativa com análise de conteúdo das respostas às perguntas abertas. Além da observação participante, foram aplicados questionários e realizadas entrevistas com os permissionários dos boxes e clientes habituais. Essa investigação está aprovada pelo comitê de ética. Resultados indicam segregação social entre os permissionários antigos e novos, entre o mercado e o público do entorno. Observou-se melhoria da segurança patrimonial e dos aspectos higiênicos e sanitários do mercado. Existe um processo de luta por parte dos permissionários antigos pela preservação da identidade do mercado popular. Evidenciou-se fidelização da clientela antiga, contudo há queixa dos comerciantes de perda parcial dessa clientela durante o processo de reforma, sem aumento almejado da demanda. A nova construção comunica mudanças econômicas e promove um processo de elitização do espaço público. Os novos serviços e produtos atendem uma clientela de maior renda familiar. O público de menor poder aquisitivo não se sente confortável no novo ambiente. O trabalho traz a contribuição da análise do mercado público na perspectiva sociocultural que deve ser respeitada nas intervenções estruturais em espaços púbicos urbanos.