A cabeça do Brasil: a cidade do Salvador e os caminhos da capitalidade na Bahia (1481-1808)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Pedro, Lívia Carvalho
Orientador(a): Bellini, Lígia
Banca de defesa: Bellini, Lígia, Kantor, Iris, Sousa, Avanete Pereira, Medicci, Ana Paula, Souza, Evergton Sales
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31950
Resumo: Esta tese tem por objetivo investigar os caminhos da capitalidade na Bahia, entre 1481 e 1808. Apesar da sua origem duplamente privilegiada pela condição de cidade-capital, Salvador só foi fundada quase cinquenta anos depois da escala de Pedro Álvares Cabral no Brasil, a caminho do Oriente. Essa demora está relacionada com a descoberta da Rota do Cabo da Boa Esperança, uma vez que a Coroa portuguesa priorizou a conquista comercial do Índico durante todo o século XVI e parte do XVII, retardando o estabelecimento de uma capital na América Portuguesa. Por outro lado, os franceses precipitaram a fundação da primeira “cabeça” local na Bahia de Todos os Santos, dada a ameaça da perda das terras do Brasil para a França antes da criação do Governo-Geral. A partir do exame da função político-administrativa de uma capital do Estado do Brasil, o estudo conclui que não houve um centro único de poder capaz de exercer domínio sobre todo o imenso território luso-americano, fosse ele a Cidade do Salvador ou a cidade de São Sebastião. Já a análise da função comercial da Capitania da Bahia em comparação com a da Capitania do Rio de Janeiro evidencia que a primeira capital continuou relevante dentro do império marítimo português, mesmo depois de perder o posto de cabeça do Brasil para São Sebastião. Daí ter sido possível argumentar que um Rio de Janeiro inegavelmente mais importante no século XVIII, após a descoberta de ouro em Minas Gerais, não significou uma Bahia destituída de importância e de no quadro político-econômico do Portugal setecentista. Questionando a hipótese de que a transferência da residência do vice-rei de Salvador para São Sebastião foi uma consequência natural e essencial da suposta superação da Bahia e seu porto pelo Rio de Janeiro, sugere-se que a mudança da capital em 1763 foi circunstancial e provisória, com o objetivo de substituir o falecido governador do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade, o conde de Bobadela, em razão da relevância adquirida pela sua administração no centro-sul da América Portuguesa, entre 1733 e 1763. E acabou se tornando definitiva, porque a Cidade do Salvador só solicitou o posto de cabeça do Brasil de volta em 1808, diante da possibilidade de se tornar residência da família real no Brasil, quando o Príncipe Regente D. João fez escala na primeira capital, a caminho do Rio de Janeiro.