Autonomia reprodutiva de mulheres quilombolas e participação dos parceiros em suas escolhas reprodutivas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pereira, Chirlene Oliveira de Jesus lattes
Orientador(a): Ferreira, Sílvia Lúcia
Banca de defesa: Cordeiro, Rosa Cândida, Noronha, Valéria dos Santos, Clemente, Flávia da Silva, Góes, Emanuelle Freitas, Gusmão, Maria Enoy Neves, Souza, Simone Brandão
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo (PPGNEIM) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37795
Resumo: PEREIRA, Chirlene Oliveira de Jesus. Autonomia reprodutiva de mulheres quilombolas e participação dos parceiros em suas escolhas reprodutivas. 2021. 136f. Tese (Doutorado em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo) – Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo. Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2021. A autonomia reprodutiva de mulheres quilombolas é uma temática que ainda pouco estudada, principalmente no que concerne à compreensão acerca da participação dos parceiros nas escolhas reprodutivas dessas mulheres. A presente pesquisa integra um projeto guarda-chuva composto por quatro teses sobre autonomia reprodutiva de mulheres quilombolas e trabalhadoras rurais nos estados da Bahia e Pernambuco. O estudo em questão visa preencher a lacuna existente quanto aos estudos de gênero, raça e saúde com mulheres quilombolas no campo dos estudos em saúde sexual e reprodutiva. Esta investigação teve por objetivo geral analisar a autonomia reprodutiva de mulheres e a participação dos parceiros em suas escolhas reprodutivas e específicos : caracterizar as mulheres quilombolas quanto ao perfil social, sexual e reprodutivo das comunidades de Giral Grande e Porto da Pedra; identificar aspectos sociais, econômicos, culturais e familiares que influenciam nas escolhas e na autonomia reprodutiva das mulheres quilombolas; discutir a participação dos parceiros nas escolhas reprodutivas das mulheres quilombolas. A pesquisa foi realizada com 60 mulheres quilombolas em idade reprodutiva adulta entre 18 e 49 anos, com experiência reprodutiva, que já possuíram ou possuem parceiros, em duas comunidades rurais quilombolas de Giral Grande e Porto da Pedra, localizada no Município de Maragogipe no Recôncavo Baiano. Trata-se de estudo quantitativo de cunho epidemiológico analítico, observacional, de Corte Transversal. Para a análise dos dados coletados utilizou-se procedimentos da estatística descritiva para expressar os resultados como frequências absolutas e relativas, médias, medianas, desvios padrão (DP), amplitudes interquartis (AIQ), valores mínimos e máximos. A normalidade dos dados foi aferida por meio dos testes Shapiro-Wilk e Kolmogorov-Smirnov, enquanto que, a homocedasticidade foi testada pelo teste de Levene. Comparações entre dois grupos foram realizadas pelos testes Mann-Whitney ou t de Student para amostras independentes, ao passo que, comparações entre três grupos foram realizadas por intermédio dos testes Kruskal-Wallis ou análise de variância (ANOVA) one-way. As correlações de Spearman e Pearson foram usadas para verificar associações entre idade e autonomia reprodutiva. O nível de significância adotado no estudo foi de 5% (α = 0,05) e todas as análises foram realizadas no IBM SPSS Statistics para Windows (IBM SPSS. 21.0, 2012, Armonk, NY: IBM Corp.). Os resultados da pesquisa demonstram que mulheres quilombolas do território do Guaí, Maragogipe, apresentaram elevada autonomia reprodutiva, principalmente nos domínios tomada de decisão e ausência de coerção. Mulheres que se autodeclararam pretas apresentaram maior autonomia reprodutiva relacionada a ―ausência de coerção‖, comparadas as mulheres de outras cores/raças. O trabalho realizado de forma autônoma, impactou negativamente a autonomia reprodutiva geral das mulheres quilombolas. As experiências de gestação e de parto foram fatores associados a menor autonomia reprodutiva nos constructos ―ausência de coerção‖, ―comunicação‖ e ―autonomia reprodutiva total‖.