Caracterização dos linfócitos e monócitos de pacientes com asma grave conforme a sua resposta ao tratamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Fernandes, Jamille Souza
Orientador(a): Cardoso, Luciana Santos
Banca de defesa: Atta, Ajax Mercês, Santos, Silvane Maria Braga, Carneiro, Valdirene Leão, Oliveira, Ricardo Riccio
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Instituto de Ciência da Saúde
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Imunologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22860
Resumo: Estima-se que aproximadamente 334 milhões de pessoas sofrem de asma no mundo, e 5-10% dos indivíduos asmáticos tem asma grave caracterizada por uma resposta insatisfatória ao tratamento habitual. A imunopatogênese da asma está associada a um aumento da resposta do tipo 2, porém evidências também sugerem contribuições das citocinas Th1 e Th17 na gravidade da doença. Existem poucos estudos demonstrando o perfil imunológico de indivíduos com asma grave classificados de acordo com a sua resposta ao tratamento com doses elevadas de corticosteroides inalados. O objetivo deste estudo foi caracterizar os fenótipos dos linfócitos e monócitos de indivíduos com asma grave conforme sua resposta ao tratamento. Neste estudo foram avaliados 19 indivíduos com asma grave refratária ao tratamento (AGR), 21 com asma grave bem controlada/parcialmente controlada (AGC), em comparação a 23 com asma leve a moderada (ALM) e 10 controles sem asma (CSA). Os linfócitos e monócitos foram obtidos de CMSP e as frequências das diferentes moléculas foram realizadas utilizando a técnica de citometria de fluxo. A frequência de linfócitos T CD4 expressando CTLA-4 e TGF-β foi menor nos indivíduos com AGR em comparação aos indivíduos AGC e ALM. No grupo de indivíduos com AGR a frequência de células T CD4+CD25hi foi menor em relação aos indivíduos com AGC. Nos indivíduos com AGR, a frequência de células T CD4+CD25hiFoxP3+ e T CD4+IL-10+ foi menor quando comparada aos indivíduos com ALM. No entanto, a frequência das células T CD4 expressando IFN-γ e IL-17A foi maior nos grupos AGR e AGC em comparação ao grupo CSA. Quanto às subpopulações de monócitos, apesar de termos observado uma frequência maior dessas células expressando IL-10R e IL-10 nos grupos com asma grave (AGR e AGC), foi também observado que as subpopulações de monócitos de ambos os grupos expressavam mais as citocinas IL-13, IL-33 e TGF-β quando comparadas aos controles (ALM e CSA). Adicionalmente, a frequência das subpopulações de monócitos expressando os receptores IL-4Rα e IL-13Rα2 foi maior no grupo de AGR quando comparada aos grupos controles (ALM e CSA) e ao grupo AGC, respectivamente. A gravidade da asma está associada a um aumento das citocinas do perfil Th1 e Th17 pelos linfócitos e a refratariedade ao tratamento associada a uma diminuição de regulação por essas células. Entretanto, os monócitos de pacientes com AGR e AGC têm um papel importante na gravidade da doença por apresentarem perfis distintos associados com a produção de citocinas e expressão de receptores envolvidos na resposta imune Th2 e no remodelamento tecidual.