Fibrose tissular avaliada pelo mapa T1 e sua associação com gravidade da cardiomiopatia dilatada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Marques, Thiago dos Santos Silva
Orientador(a): Aras Junior, Roque
Banca de defesa: Fernandes, André Mauricio Souza, Reis, Francisco José Farias Borges, Dantas Júnior, Roberto Nery
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Medicina da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Pós Graduação em Medicina e Saúde
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29130
Resumo: Introdução: A fibrose miocárdica é um processo fundamental na patogênese da insuficiência cardíaca, independentemente da etiologia. A ressonância magnética cardíaca (RMC), através do Mapa T1, permite a mensuração de áreas de edema, inflamação, cicatrização e avaliação de alterações miocárdicas sistêmicas que ocorrem no espaço extracelular. Existem poucos estudos prospectivos que avaliam a fibrose pelo Mapa T1 em cardiomiopatia dilatada (CMD). Há uma relação comprovada entre a proporção de fibrose intersticial avaliada pelo Mapa T1 e o prognóstico em pacientes com cardiomiopatia isquêmica, mas faltam dados em não isquêmicos, especialmente em relação à associação com disfunção ventricular esquerda, diâmetros e volumes cavitários. Objetivos: Avaliar a associação entre o grau de fibrose tissular miocárdica, medida pelo Mapa T1 nativo na RMC e a gravidade da cardiomiopatia. Como desfechos exploratórios secundários, avaliar o Mapa T1 nativo como possível marcador precoce de fibrose comparando com o realce tardio com gadolínio (RTG) e avaliar a associação do Mapa T1 nativo com a presença de fibrose conforme medido por RTG em pacientes com cardiomiopatia dilatada. Materiais e métodos: Estudo transversal com imagens RMC obtidas no Hospital Ana Nery, da Universidade Federal da Bahia. Os pacientes foram submetidos à RMC para o cálculo da fibrose, através do mapeamento T1, correlacionando a gravidade da cardiomiopatia entre pacientes com etiologia isquêmica, não isquêmica e pacientes normais. Dados, como fração de ejeção do ventrículo esquerdo (VE), diâmetros e volumes cavitários, foram avaliados. A estratificação do valor T1 nativo foi realizada em quartis, categorizando o grau de fibrose avaliado pelo método. Resultados: De janeiro de 2014 a dezembro de 2016, foram avaliados 211 pacientes. A presença de fibrose na análise do Mapa T1 foi significativamente associada ao aumento da disfunção miocárdica, observado pela menor fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) e maiores diâmetros ventriculares (p < 0,001), independentemente da etiologia da cardiomiopatia dilatada; tornando-se mais evidente quando analisado entre os valores de T1 nativo categorizados. Em relação às etiologias, a Doença de Chagas teve uma prevalência de 9,8%, com associação estatisticamente significativa entre a presença de fibrose por T1 nativo com menor FEVE (p = 0,008) e concordância medida pelo índice Kappa de 0,31. Comparado com o RTG, 83,3% dos pacientes com RTG positivo apresentaram fibrose pelo T1 nativo e 64,9% dos que não apresentaram RTG, algum grau de fibrose foi observado pelo Mapa T1 nativo. Conclusões: Houve associação entre a fibrose miocárdica e os piores parâmetros de gravidade da RMC, particularmente a menor fração de ejeção, maiores diâmetros do ventrículo esquerdo e volumes cavitários, independentemente da etiologia da cardiomiopatia dilatada. Houve concordância entre o mapeamento T1 e RTG, com detecção precoce da fibrose miocárdica, especialmente fibrose intersticial. Sugerimos que o Mapa T1 é um método eficaz e precoce para avaliar a fibrose miocárdica em pacientes com cardiomiopatia dilatada com probabilidade de alcançar diversas ramificações de resultados clínicos.