Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Pinto, Manuela Pereira de Almeida |
Orientador(a): |
Germani, Guiomar Inez |
Banca de defesa: |
Germani, Guiomar Inez,
Lima, Silvana Lúcia da Silva,
Cavalcante, Ludmila Oliveira Holanda |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia, Instituto de Geociências
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geografia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/20644
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Resumo: |
A formação do Brasil tem como base o processo de colonização, trabalho escravo, ocupação de terra e o latifúndio, de tal modo, os interesses econômicos foram um elemento determinante da regulamentação da estrutura fundiária, isto explica a concentração de terras e os conflitos territoriais. Tais conflitos representam a resistência de grupos sociais às regras do mercado no contexto atual de um Estado capitalista neoliberal. Estes grupos sociais, na luta por seus territórios, não querem somente a garantia de terras, mas sim, de todas as dimensões que permitam a manutenção de sua cultura e identidade. Deste modo, devemos considerar também o território, “imaterial”, que corresponde ao conhecimento que vem a ser um instrumento de controle e domínio. Neste sentido, a história da educação pública brasileira foi marcada pela exclusão e marginalização das classes sociais populares e, apesar do predomínio da população rural, o debate sobre a Educação Rural iniciasse apenas em 1923, com objetivo de conter o movimento migratório e elevar a produtividade no campo. O modelo de educação brasileiro seguiu o ideário da burguesia de formar trabalhadores para inseri-los no processo de desenvolvimento capitalista e, desta maneira, a imaterialidade do conhecimento se traduz na materialidade dos territórios dominados pelo capital. No fim do século XX, em contraposição à Educação Rural, os movimentos sociais constroem a proposta de Educação do Campo, realizada no espaço rural e pensada pela população que o habita, por conseguinte, vinculada às suas necessidades e cultura, valorizando os ensinamentos informais e as experiências vivenciais. Nesta perspectiva, destacamos a Escola Família Agrícola (EFA), que é criada no Brasil, em 1968, originária da França (1935), como proposta de pensar uma educação significativa para os jovens do campo que alterna tempos de aprendizagem escolar e de trabalho produtivo, denominada de Pedagogia da Alternância. As EFAs são administradas por associações de agricultores e agricultoras e, se propõem a trabalhar com enfoque na realidade dos estudantes, logo, representam a resistência e empoderamento das populações rurais. Portanto, o conflito da educação se apresenta entre o modelo de escola e conhecimento oferecido pelo Estado – que não valoriza o modo de vida rural, fragiliza os laços da população com sua cultura – e o modelo que é desejado pela população do campo. Contudo, este trabalho tem como objetivo analisar quais as intencionalidades do processo de implantação e funcionamento da Escola Família Agrícola de Riacho de Santana e como esta se relaciona com os conflitos agrários locais. Para tanto, no trabalho de campo foram feitos levantamentos de bibliografias, documentos, além de entrevistas com estudantes, monitores e membros da associação que pudessem contribuir com esta análise. Palavra chave: Questão Agrária, Escola Família Agrícola e Educação do Campo. |