Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Gilce de Souza |
Orientador(a): |
Mota, Jacyra Andrade |
Banca de defesa: |
Lopes, Célia Regina dos Santos,
Lopes, Norma da Silva,
Lucchesi, Dante,
Cardoso, Suzana Alice Marcelino da Silva |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Letras
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Lingua e Cultura
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27593
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Resumo: |
A reorganização do quadro pronominal do português brasileiro atinge diretamente a configuração dos pronomes-objeto. Para a representação do acusativo de segunda pessoa, por exemplo, é possível encontrarmos a concorrência entre, pelo menos, cinco formas: o/a, te, lhe, você e objeto nulo; na expressão do dativo, além dos clíticos lhe e te, destacam-se as estratégias com preposição – para/a ti, para/a você – e o objeto nulo. Partindo dessas considerações, este trabalho investiga, com base no aporte teórico-metodológico da sociolinguística laboviana, o uso variável das formas pronominais objetivas em referência ao interlocutor na variedade do português falada em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano, com o propósito de identificar e analisar os condicionamentos linguísticos e extralinguísticos que atuam sobre as escolhas dessas formas e como elas se encaixam no sistema de tratamento dessa comunidade. Os dados submetidos à analise estatística pelo programa computacional Goldvarb foram extraídos de amostras de fala de 36 informantes, de ambos os sexos, distribuídos em três faixas etárias (25 a 35, 45 a 55 e 65 a 85 anos) e dois níveis de escolaridade (superior e fundamental). Para melhor explorar o nosso objeto de estudo, propusemos dois esquemas de análise, a saber: a) uso alternante dos clíticos lhe e te; b) alternância entre os clíticos e o pronome tônico você na configuração do objeto direto. Dentre os resultados obtidos, destacamos: a atuação do paralelismo discursivo como fator condicionante nos dois confrontos entre variantes; a conservação de lhe como forma interlocutória entre os falantes da faixa 3; a atribuição de um traço [+formalidade/respeito/cortesia] a esse clítico sobretudo pelos falantes mais jovens (25 a 35 anos); a prevalência de lhe no trato em relacões simétricas ascendentes e no discurso genérico; o favorecimento do preenchimento do objeto com clíticos em estruturas simples do tipo VT + OD, em detrimento do pronome tônico você, que prevalece em estruturas complexas em que o OD é seguido por complemento oblíquo oracional, predicativo ou oblíquo não-oracional e em estruturas com verbos causativos e perceptivos seguidos de sujeito com traço acusativo e oração infinita. Por fim, destacamos que este trabalho ratifica o emprego bastante acentuado de lhe como clítico acusativo de segunda pessoa em variedades do PB faladas no Nordeste. |