Trabalho em saúde mental nos centros de atenção psicossocial de salvador: processo laboral e a saúde dos trabalhadores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Knoke, Maria de Fátima Prates
Orientador(a): Araújo, Tânia Maria de
Banca de defesa: Pitta, Ana Maria Fernandes, Coelho, Thereza Christina
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Medicina da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31795
Resumo: Este estudo focalizou o trabalho em saúde mental nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de Salvador, com o objetivo de descrever as características do processo de trabalho dos profissionais em saúde mental e a percepção dos trabalhadores sobre as cargas laborais às quais estão submetidos. Trata-se de um estudo qualitativo, desenvolvido a partir de entrevistas coletivas com os profissionais de saúde mental de seis CAPS de Salvador. Pressupostos teórico-metodológicos oriundos dos modelos de desgaste laboral de Laurell & Noriega e da psicodinâmica de Dejours orientaram a coleta e a análise dos dados. Um roteiro semiestruturado foi utilizado na condução das entrevistas que abordaram aspectos relativos ao processo de trabalho, cargas de trabalho e relação prazer e sofrimento. As entrevistas ocorreram nos locais de trabalho e dias de reuniões das equipes. Adicionalmente, um levantamento do perfil sociodemográfico e ocupacional com 223 trabalhadores foi realizado, utilizando um questionário estruturado. Das entrevistas coletivas participaram, ao todo, 86 profissionais. Dos resultados obtidos destacou-se a diversidade de cargas laborais e variáveis de desgaste relacionadas com o trabalho em saúde mental. Os trabalhadores referiram que as várias demandas e o fluxo das atividades constituíam sobrecarga na rotina de trabalho, que as dificuldades encontradas estavam vinculadas à falta de estrutura no local do serviço, falta de capacitação e treinamento. Entre as cargas psíquicas, capazes de provocar estresse ou tensão emocional, destacaram-se a instabilidade nos vínculos trabalhistas e o nível de tensão causado pela insegurança nos locais de trabalho. Além disso, foram enfatizados aspectos relativos à forte solidariedade entre os trabalhadores – citada como o principal mecanismo de apoio na realização do trabalho e no enfrentamento de dificuldades e desafios cotidianos no processo de reestruturação da atenção em saúde mental. Este estudo mostrou que havia ainda uma longa distância a percorrer em direção às mudanças nas condições de trabalho do profissional de saúde mental; mas, também, evidenciou que redes de cooperação entre os profissionais podem ser recursos importantes para a reestruturação das ações, o que parece fortalecer o papel das equipes multidisciplinares, de suas capacidades e competências para a condução das mudanças necessárias.