Contaminantes/poluentes atmosféricos gasosos em centros urbanos brasileiros
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
Instituto de Química |
Programa de Pós-Graduação: |
em Química
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/34299 |
Resumo: | Gases e material particulado como contaminantes/poluentes atmosféricos afetam a saúde da população das cidades, causando danos graves, além prejudicar a fauna/flora e danificar os materiais de edificações e monumentos. As emissões veiculares têm sido consideradas fonte predominante da degradação da qualidade do ar nas grandes cidades. Em 2018, a poluição atmosférica ambiente causou 4,2 milhões de mortes em todo o mundo. Este trabalho avaliou comparativamente as concentrações de 16 poluentes/contaminantes gasosos da atmosfera de 5 centros urbanos brasileiros (São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Londrina), com intenso fluxo veicular e diferentes características, como tipo de localização (costeira ou não), densidade demográfica e condições meteorológicas, utilizando a amostragem passiva. Foram realizadas 6 campanhas simultâneas no período de agosto/2017 a junho/2018, usando o kit AnaliseAr por períodos consecutivos de 7 e 14 dias. Os compostos BTEX foram quantificados por cromatografia a gás (GC) com detecção por ionização em chama (FID), HCOH e CH3COH por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) com detecção UV-Vis, NOx, NO2, NH3 e H2S por espectrofotômetro de absorção molecular UV/VIS e SO2, O3, HCl, HNO3, HCOOH e CH3COOH por cromatografia iônica (IC). O3 foi o poluente que apresentou concentração média mais alta, em São Paulo (58 μg m-3), variando de 5,3 a 139 μg m-3 em todos os centros. Em termos de níveis médios de concentração atmosférica, a maioria dos compostos apresentou concentrações mais altas no período seco. São Paulo e Belo Horizonte mostraram níveis de concentração mais altos, corroborando com a intensidade da frota veicular, aliada a parâmetros meteorológicos; especificamente níveis de NOx, que ultrapassaram a recomendação da União Européia (30 μg m-3). Formaldeído e acetaldeído, ultrapassaram recomendações internacionais em todos os centros urbanos e as concentrações de benzeno mostraram valores > 1,7 μg m-3, nível associado à probabilidade de leucemia, de acordo com a Organização mundial da saúde (WHO). As razões Tolueno/Benzeno (T/B), Xilenos/Benzeno (X/B), m,p-Xilenos/Etilbenzeno (m,p-X/E) e Formaldeído/Acetaldeído (FA/AA) indicam que as emissões veiculares são as principais fontes destes Compostos Orgânicos Voláteis (COVs) nos centros urbanos brasileiros. A probabilidade de risco de câncer para adultos por exposição àquelas atmosferas ultrapassou o limite estabelecido pela USEPA, tanto para benzeno, quanto para formaldeído. A emissão de veículos à diesel foi considerada fonte predominante para o aumento das concentrações de óxidos de nitrogênio. As concentrações de NH3 indicaram contribuição significativa de emissões antrópicas oriundas de uso de biocombustíveis, setores industriais ou uso de fertilizantes. Os centros urbanos com influência do aerossol marinho apresentaram concentrações mais baixas de HNO3, indicando ocorrência da reação deste ácido com NaCl nas partículas do spray marinho, produzindo material particulado e HCl gasoso. Descargas diretas de esgotos em corpos hídricos, quando existente nos locais, contribuíram para um aumento dos níveis de H2S, tolueno e NH3. Razões entre as concentrações de ácido fórmico e ácido acético e correlações fortes positivas entre os poluentes nitrogenados, os convencionais e COVs entre si, indicaram significativa influência das emissões veiculares na atmosfera destes centros urbanos. Os ácidos orgânicos e inorgânicos apresentaram um percentual de contribuição semelhante para a acidez da atmosfera, com o ácido acético mais abundante na maioria dos centros estudados. A análise multivariada mostrou que os COVs e ácidos orgânicos são mais influenciados pelos parâmetros temperatura e radiação solar. A relação direta mais forte dos NOx foi com direção do vento, mostrando competição entre a emissão in loco e o envelhecimento fotoquímico destes compostos trazidos de outros locais. De modo geral, as emissões veiculares são as fontes predominantes de poluentes gasosos na atmosfera de áreas urbanas e as reações fotoquímicas aliadas aos parâmetros meteorológicos contribuem para a variação sazonal dos níveis destes poluentes/contaminantes. |