Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
ROCHA, Caio Olympio Matos
|
Orientador(a): |
MATOS, Mauricio
|
Banca de defesa: |
MATOS, Mauricio
,
RIBEIRO, Marcelo Rodrigues Souza
,
MATOS, Rita de Cássia Aragão
|
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (Poscultura)
|
Departamento: |
Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos - IHAC
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37407
|
Resumo: |
Este trabalho visa analisar as construções da violência e suas relações com o presídio e o tráfico de drogas nos filmes Arábia (2017), de Affonso Uchoa e João Dumans, e A vizinhança do tigre (2014), realizado por Affonso Uchoa, tomando em contraposição com a produção do cinema da Retomada e Pós-retomada, no final da década de 1990 e início dos anos 2000. Para tanto, utilizaremos o método genealógico elaborado por Michel Foucault (2016), o qual oferece categorias para a análise do dentro e fora do filme, articulando o registro micro do audiovisual com suas condições de possibilidade histórico-políticas, envolvendo a redemocratização e a construção da chamada Nova República, entre 1988 e 2018. Os desdobramentos da pesquisa resultam na identificação de uma rotação nos lugares de fala no cinema brasileiro, em que o “outro”, subalterno e morador da periferia, emerge como sujeito da enunciação cinematográfica, provocando mudanças na abordagem da violência posta em prática pelos filmes quando comparados com a produção do final da década de 1990 e início dos anos 2000. A construção do presídio em Arábia, assim como a favela em A vizinhança do tigre não focalizam a violência física, como em Carandiru, de Hector Babenco e Notícias de uma guerra particular (1999), de João Moreira Salles e Kátia Lund, por exemplo, mas tem como objeto central às relações do cotidiano, como o trabalho, a brincadeira e as relações com a família e os amigos. Através da análise dos filmes e de suas condições de possibilidade históricas, concluímos que eles se desvinculam do apelo da violência dado à periferia na década anterior, para tratar das estratégias de vida dos personagens diante da estruturação violenta do poder, tendo a luta travada cotidianamente para sobreviver como temática central dos filmes. |