Implicações pedagógicas de uma descrição semiótica do desenvolvimento cognitivo a partir de L. S. Vygotsky e C. S. Peirce

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Matos, Juliano Sousa
Orientador(a): Galeffi, Dante Augusto
Banca de defesa: Bordas, Miguel Angel García, Linn, Maria Judith Sucupira da Costa, Galeffi, Dante Augusto
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29777
Resumo: A presente dissertação de mestrado propõe uma descrição semiótica do desenvolvimento cognitivo a partir da Teoria do Signo de C. S. Peirce e da Teoria Histórico-Cultural, considerando, particularmente, as contribuições L. S. Vygotsky. A teoria de Vygotsky, reconhecidamente, carece de um fundamento semiótico que compatibilize as operações psicológicas superiores descritas em sua teoria com a estrutura interna de designação dos signos que desempenham a mediação entre cultura e cognição. Admitindo o conceito de mediação semiótica, trabalhada inicialmente no contexto da abordagem Histórico-Cultural por Vygotsky, desenvolvemos a hipótese de que as habilidades cognitivas, bem como seu desenvolvimento, podem ser descritas em função dos atributos de funções semióticas. Descrição aqui está sendo compreendida como exposição fenomenológica, a partir de um conjunto próprio de referentes sistêmicos, capazes de viabilizar a inferência científica. Assim, propomos uma descrição do desenvolvimento cognitivo vinculado à aquisição de dispositivos semióticos de significação. Em outras palavras, sugerimos que os regimes semióticos de significação sustentam habilidades cognitivas específicas, mediando os processos psicológicos superiores ao longo do desenvolvimento infantil. Em realidade, procuramos na dissertação fundar racionalmente sobre uma lógica da significação (a semiótica) a relação entre mediação de bens culturais e sua estrutura interna de designação. O primeiro capítulo discute e apresenta o conceito de mediação semiótica que foi pensado e articulado, inclusive empiricamente, por Vygotsky, considerando sua formulação e principais influências. Após a discussão do caráter propriamente semiótico do conceito de mediação em Vygotsky, apontamos para o regime de signo que se julga acertado para sustentar o projeto descritivo, e iniciamos assim o segundo capítulo, quando avaliamos tanto os regimes de signo disponíveis, quanto o regime de signo adotado para montar a descrição do desenvolvimento cognitivo, justificando a opção por Peirce e sua Semiótica. O terceiro capítulo propõe a descrição, associando determinada habilidade cognitiva a uma característica específica de um signo semiótico. Para tanto, consideramos a função semiótica como nova unidade de análise para a Teoria Sociocultural contemporânea, atual herdeira epistemológica da Teoria Histórico-Cultural. O quarto e último capitulo avalia as implicações pedagógicas da descrição proposta. Com efeito, a partir da descrição que propomos podemos inferir dois modos de manejar os dispositivos de significação com vistas à coordenação dos processos de aprendizagem. Por fim, concluímos com uma análise dos dispositivos sociais e culturais para o controle da significação que estão voltados para a educação. Neste ponto identificamos a possibilidade de uma pedagogia do sentido, performática, e uma pedagogia do significado, representacional.