A escrita por mãos inábeis: uma proposta de caracterização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santiago, Huda da Silva
Orientador(a): Carneiro, Zenaide de Oliveira Novais
Banca de defesa: Marquilhas, Maria Rita Braga, Almeida, Norma Lúcia Fernandes de, Souza, Emília Helena Portella Monteiro de, Lose, Alícia Duhá
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29323
Resumo: O objetivo deste trabalho é estabelecer uma proposta metodológica para identificação do grau de domínio da técnica de escrita de redatores estacionados em níveis iniciais de aquisição da escrita, a partir do estudo de um conjunto de aspectos de inabilidade, usando um corpus constituído por 131 cartas pessoais, escritas por sertanejos baianos, no século XX. Busca-se caracterizar a mão inábil a partir de um contínuo de inabilidade, cujo nível máximo é identificável pela incidência do maior conjunto possível de marcas (principalmente o desconhecimento do padrão gráfico, como a dificuldade em grafar sílabas complexas), enquanto que níveis intermediários são caracterizados pela incidência parcial desses aspectos. São consideradas propriedades comuns a diferentes grupos de redatores inábeis, já estudadas por Marquilhas (2000), Barbosa (1999) e Oliveira (2006). Essa possibilidade de distribuição é uma tentativa de colaboração para o tratamento mais adequado da caracterização dos redatores nos corpora linguísticos, geralmente polarizados entre hábeis e inábeis, sem maiores diferenciações intermediárias. Para o estudo dos aspectos referentes à dimensão externa da escrita, aos perfis sócio-culturais dos redatores, foram produzidas, com base na abordagem da História Oral, entrevistas-narrativas com alguns redatores e destinatários das cartas, pois muitos estão vivos, o que permitiu conhecer os indícios dos processos/espaços escolares e extraescolares, que caracterizaram a difusão da escrita na zona rural do semiárido baiano. Foi possível, assim, estabelecer um melhor cruzamento entre aspectos referentes ao produto gráfico e à história social da cultura escrita. A disponibilização das edições dos documentos, nas versões semidiplomática e modernizada, pretende contribuir para estudos de aspectos linguísticos, sócio-históricos, da difusão da escrita, entre outros.