CORPO E OBJETO EM DANÇA CONTEMPORÂNEA: RELAÇÕES DE PARCERIA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Batista, Mariana Hilda
Orientador(a): Setenta, Jussara Sobreira
Banca de defesa: Britto, Fabiana Dultra, Costa, Pablo Assumpção Barros
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola De Dança
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós- Graduação em Dança
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26337
Resumo: Este estudo apresenta uma discussão sobre configurações de danças contemporâneas compostas por uma relação entre corpo e objeto. Nos questionamos sobre quais as implicações em analisar configurações de danças contemporâneas, considerando o estatuto do objeto em tais configurações. Portanto, falamos de jogos combinatórios entre corpo e objeto em dança, suas implicações estéticas e os modos de observar essas danças. Esta discussão desenvolve-se através da análise de quatro configurações de danças, sendo elas: amarelo (2007) e BURACO (2013), de Elisabete Finger e in-organic (2007) e Natureza Monstruosa (2011), de Marcela Levi. Nosso interesse parte das visualidades promovidas nessas danças, pois a maneira diferenciada como corpo e objeto se relacionam provoca o modo de olhar para essas configurações. Corpo e objeto promovem uma relação de parceria onde nem o corpo domina o objeto, nem o objeto domina o corpo, constituindo uma composição coletiva em dança (DALTRO, 2014), estabelecendo, com isso, uma relação horizontalizada entre eles, o que modifica seus aspectos visuais e significativos. Falamos então de variações para corpo e objeto em dança, relações de parceria nas quais se colocam em questão modos hegemônicos de ver o corpo e o objeto em dança, ou seja, o corpo como protagonista da dança e o objeto como utilitário e submisso ao corpo. Nessas variações, discutimos sobre um não utilitarismo do objeto através de uma relação mediadora (LATOUR, 2012) e, em diálogo com Lepecki (2010), propomos três desapegos com relação ao centramento do corpo na dança, o que promove implicações no fazer e ver dança. Dessa maneira, falamos da possibilidade de uma equivalência visual entre corpo e objeto, o que gera uma inquietação na percepção das configurações de danças, pois corpo e objeto se deslocam de suas categorias normativas e, na relação, se transformam um com o outro e, em conjunto, criam visualidades que provocam o olhar. Em diálogo com Didi-Huberman (2010) e Setenta (2008), colocamos em discussão um modo de olhar para essas configurações de maneira ativa e crítica, um olhar que cria sentido junto com a obra.