Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2002 |
Autor(a) principal: |
Cavalcanti, Edlamar Souza Leal |
Orientador(a): |
Passos, Elizete Silva |
Banca de defesa: |
Luckesi, Cipriano Carlos,
Morais, Gizelda Santana,
Passos, Elizete Silva |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Educação
|
Programa de Pós-Graduação: |
em Educação
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30040
|
Resumo: |
A presente pesquisa parte da hipótese de que, em âmbito escolar, ainda são vivenciadas antigas concepções acerca das capacidades intelectuais de homens e mulheres, segundo as quais caberia aos meninos o raciocínio lógico-matemático, a indisciplina, o movimento e o privilegiamento do mundo externo e às meninas as atividades ligadas ao mundo dos sentimentos, as lides práticas cotidianas, a ordem, o comportamento pacífico e disciplinado. Seu principal objetivo consiste em descrever as formas pelas quais meninas e meninos das séries iniciais do Ensino Fundamental vivenciam a rotina da escola e lidam com o conhecimento escolar, bem como as representações e ações das professoras acerca disto. A base teórica deste estudo concebe que os indivíduos se fazem homem e mulher através do convívio com práticas sociais masculinizantes e feminilizantes. O trabalho de campo foi implementado entre fevereiro e setembro de 2000, tendo como sujeitos professoras, alunos e alunas de quatro turmas do ensino fundamental de uma escola da Rede Municipal de Salvador – Ba. Escolhemos um caminho etnográfico de pesquisa, optando pela observação participante e pela entrevista semi-estruturada como técnicas de coleta de dados, cujo exame baseou-se na análise do discurso de professoras e crianças e na organização dos achados em três categorias, a saber: indisciplina, demonstração de competência e estímulo da professora. Constatamos que os meninos eram, em sua maioria, indisciplinados e inquietos, subvertiam as regras de convivência em sala de aula com maior freqüência que as meninas. Eram mais ousados e espontâneos em suas demonstrações de competência, recebendo maior número de interferências estimulantes e também de intervenções agressivas e desqualificantes advindas das professoras. A maioria das meninas revelava adaptação às regras estabelecidas, ordem e atenção com suas tarefas. Eram tão competentes quanto os meninos no manejo das atribuições escolares, porém se mostravam menos espontâneas em suas manifestações. Constatamos ambivalência nas representações das professoras acerca da relação entre gênero e apreensão do conhecimento escolar. Elas separavam os mundos masculino e feminino quanto à apreensão do conhecimento, ao mesmo tempo em que afirmavam igualdade entre os sexos quanto à capacidade intelectual. Assim, a hipótese inicial foi confirmada no contexto observado. |