Saberes consentidos conhecimentos negados: o acesso à instrução feminina no início do século XIX em Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: GUIMARÃES, Maria Beatriz Monteiro
Orientador(a): GALVÃO, Ana Maria De Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/4810
Resumo: Na dissertação, constrói-se uma narrativa a partir do estudo dos discursos que, entre 1800 e 1830, circularam em torno do acesso das mulheres à instrução formal em Pernambuco (1827). Como fontes, utilizo os Anais do Parlamento-Câmara dos deputados, Leis províncias, Relatórios de Presidentes da Província de Pernambuco, Relatórios dos Diretores Gerais da Instrução Pública, Atas da Sessão do Conselho do Governo, Quadro geral da Instrução Pública da Província de Pernambuco, jornais do período, relatos de viajantes e manuscritos avulsos, coletados nos arquivos públicos da cidade do Recife, Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro e Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa, somado aos livros contemporâneos e de época, dissertações e teses. Enfocam-se as diferentes representações sociais construídas nos atos discursivos, de homens e mulheres, utilizando gênero como categoria de análise. Naprimeira parte há uma discussão inter-relacionada das categorias gênero e conhecimento, e uma reflexão sobre o uso do conceito de gênero no campo da História da Educação. Posteriormente, em um breve interlúdio, situo as províncias de Pernambuco em três cenas curtas. Na segunda parte, os três capítulos versão sobre, respectivamente, a quem era permitido o acesso ao ensino no período, quais os lugares de educação existentes na província e, por fim, o que e por quais motivos alguns conhecimentos eram permitidos e outros negados às meninas. Nas considerações finais, levanto tópicos que abrem portas para questionarmos de forma inter-relacionada como as representações sociais presentes nos discursos que tratavam do acesso à educação femininina em Pernambuco no início do século XIX contribuíram para consentir e negar os tipos de conhecimento passíveis de serem acessados por ambos os sexos, o que permite visualizar as desigualdades manifestas entre homens e mulheres quando ponderamos sobre os saberes e a forma como eles foram e são distribuídos. Ao nos voltarmos para o conteúido das representações, podemos trazer vestígios de quais saberes são aplicados para legitimar as assertivas que consideravam os homens mais capazes de conhecer do que as mulheres e podemos tamb~em constatar a permanência de representações cruzando o tempo e o espaço rumo a outras épocas e lugares