Emissões solo-atmosfera dos gases estufa N20 e C02, e comportamento químico das espécies de nitrogênio reativo na atmosfera do cerrado baiano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Arciniegas, Carolina Leonor Wilches
Orientador(a): Tavares, Tânia Mascarenhas
Banca de defesa: Tavares, Tânia Mascarenhas, Oliva, Sergio Telles de, Varela, Maria do Carmo Rangel Santos, Mascarenhas, Artur José Santos, Cruz, Rosenira Serpa da, Agra Filho, Severino Soares
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Química
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Química
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27873
Resumo: As savanas tropicais vêm apresentando diversas alterações devido a atividades antrópicas, pelo menos um quinto da população do mundo mora nesta região. Entre as atividades a intensificação agrícola, pastagem e queimadas são as que mais afetam este ecossistema. O Brasil se encontra entre os líderes mundiais na produção de biocombustível, sendo a principal matéria prima a soja. A savana brasileira conhecida como Cerrado, abrange uma área de 158 milhões de hectares, dos quais 4,6% já foi substituída por plantações extensivas de soja. Atualmente as savanas experimentam aumentos na deposição antrópica de nitrogênio, no entanto as informações sobre as taxas de fixação e as perdas de Nr para a atmosfera neste ecossistema são escassas. Este trabalho teve como objetivo identificar as mudanças decorrentes da substituição da floresta de cerrado por plantação de soja nas emissões solo–atmosfera de N2O e CO2 e na composição atmosférica dos compostos reativos inorgânicos do nitrogênio, como indicativo de perdas e fixação no solo de Nr inorgânico. Este estudo foi conduzido na Fundação Bahia em Latossolo Amarelo-Vermelho durante cinco diferentes estádios do ciclo da plantação assim como em área de floresta de cerrado nativo, em período de chuva e seco: (Dez16-21/2010), (Maio 04-09/2011) e (Jan18-22/2012). Na determinação dos fluxos de N2O e CO2 solo-atmosféra foram utilizadas câmaras estáticas, distinguindo-se as emissões nas fileiras e nas entrelinhas no caso das plantações. As amostras foram analisadas por Cromatografia de Gases com Detector de Captura de Elétrons (GC-DCE). A amostragem de espécies de nitrogênio reativo voláteis e semi-voláteis contendo NO3- e NH4+ foi realizada mediante um sistema de termodifusão recobertos com NaF e acoplados a um coletor de partículas. A Amônia foi coletada em tubos de difusão recobertos com ácido cítrico. Foram utilizados amostradores passivos na coleta de NO2. As técnicas analíticas utilizadas para a determinação das espécies foram: cromatografia iônica para NO3-, espectroscopia molecular pelo método do indofenol para NH3 (λ=630 nm) e Griess-Saltzman para NO2 (λ=540 nm). Ácido clorídrico e sulfúrico e seus sais foram também coletados de forma especiada no sistema de termodifusão e analisadas de forma semelhante ao nitrato. O fluxo médio no cerrado in natura foi 1,70 vezes maior que na área de soja, o que representa 178,13 e 299,75 kgCO2-equivalente respetivamente. É provável que esse fato se deva à substituição do uso de fertilizantes nitrogenados por sementes previamente inoculadas com Bradyrhizobium japonicum. O fluxo médio de CO2 em soja foi 33,42% maior que no cerrado in natura (11,8 x 103 kg CO2 ha-2ano-1). A substituição da floresta original por atividades agrícolas resulta no incremento dos níveis das espécies de nitrogênio reativo no ar. Essas perdas são maiores na estação seca do que na estação úmida. (HCl 2.7 vezes; HNO3 1.6 vezes; H2SO4 4.1vezes) e NH3 dos vezes, indicando aumento da acidificação do solo por deposição seca.