Sympathy for Mr. Excess: a construção do excesso no universo fílmico de Park Chan-Wook

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Silva, Humberto Lima Saldanha Magalhães
Orientador(a): Maia, Guilherme Maia de
Banca de defesa: Bamba, Mahomed, Santos, Elisa Mendes Oliveira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Comunicação
Programa de Pós-Graduação: Mestrado em Comunicação e Cultura Contemporâneas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/25242
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo investigar a obra do cineasta sul-coreano Park Chanwook, partindo da hipótese de que seu universo fílmico é fortemente marcado por uma retórica excessiva, que se manifesta através do modo como a narrativa se estrutura e mediante a manipulação dos materiais da linguagem e da técnica cinematográfica. Acreditamos que Park articula seu trabalho artístico sobre uma retórica de representação exacerbada da violência, construção hiperbólica dos protagonistas, além de colocar em primeiro plano os dramas, dores e sentimentos dos personagens. Sendo assim, esta pesquisa se estrutura sobre duas abordagens principais a respeito do excesso cinemático. A primeira delas leva em consideração os materiais plásticos e sonoros postos em cena de modo exagerado; enquanto a segunda perspectiva caracteriza o excesso a partir da construção de cenas e sequencias, cujos elementos estilísticos trabalham para produzir um engajamento emocional no espectador. A fim de limitarmos o corpus analítico, optamos por nos concentrar no exame dos filmes concernentes à Trilogia da vingança, a saber, Mr. Vingança (Boksuneun Naui Geot, 2002), Oldboy (idem, 2003) e Lady Vingança (Chinjeolhan Geumja-si, 2005), pois, dentro da filmografia do diretor, são as obras que melhor contemplam as singularidades de Park, uma vez que suas particularidades estão impressas na construção plástica, narrativa, temática, sonora, etc. Tendo essas questões em mente, nossos problemas de investigação são: 1) averiguar como o excesso é construído na trilogia e; 2) identificar quais são os efeitos programados para causar efeitos sentimentais no âmbito da apreciação. Além disso, tais questões serão contempladas levando em consideração o contexto de produção (campo) em que Park Chan-wook se insere, comparando sua obra com outras produções sul-coreanas, na tentativa de mostrar as distinções e semelhanças entre os trabalhos. Nossa pesquisa foi guiada por dois pressupostos teóricos vinculados à poética: o Neoformalismo, método de autoria dos pesquisadores David Bordwell e Kristim Thompson; e a poética do cinema, metodologia desenvolvida pelo pesquisador Wilson Gomes. Ambos os métodos consideram o filme um material expressivo, formado por programas e estratégias de conformação. Por fim, para auxiliar na observação das emoções fílmicas, chamamos em causa as pesquisas desenvolvidas pelos cognitivistas, especialmente as premissas de autoria de Noël Carroll. Atrelado a isso, pretende-se também lançar luz a um fenômeno presente na cinematografia mundial: a consolidação de uma indústria cinematográfica sul-coreana. Acreditamos que a ênfase em um diretor do país acrescentará questões relevantes para discussões sobre o assunto.