Vai ter ChanacomChana, sim!: construção de um grupo lesbiano feminista em São Paulo na década de 1980.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: SILVA, Jaíne Chianca da.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/22612
Resumo: A problemática envolvendo a lesbiandade na História está marcadamente vinculada à sua violenta invisibilidade, essa característica provoca consequências sociais, políticas e historiográficas. As discussões acerca da homossexualidade feminina, por ter bases racistas, sexistas e classistas, são muito silenciadas, mas vale destacar que nunca silenciosas. Deste modo, procuramos entender a trajetória do movimento lesbiano brasileiro, utilizando a história do Grupo Ação Lésbica Feminista (GALF 19811988), de São Paulo, e as treze edições do Jornal e Boletim ChanacomChana (19811987), arquivo fonte desta pesquisa. O periódico foi um espaço e agente de resistência, que questionava a dominação sexista patriarcal, os padrões binários de feminino e masculino, marcadamente heterossexuais, como também, criticava o movimento feminista branco e heterossexista, além de ter discutido sobre saúde e sexualidade feminina e lesbiana. O objetivo geral da nossa pesquisa é refletir como as lesbianas do GALF, ao assumiremse politicamente enquanto lésbicas, inscreveram em seus discursos, mapeados principalmente pelo ChanacomChana, um significado de identidade lesbiana diferente da visão estigmatizada que ligava essas identidades à crime ou doença. Além deste, construímos três objetivos específicos, que articulados, guiaram nossa produção dissertativa. São eles: Compreender o início do movimento lesbiano e feminista; Discutir a relação entre o movimento feminista e homossexual com o movimento lesbiano, pontuando os atritos e as semelhanças e; Problematizar acerca da sexualidade e saúde lesbiana. Adotamos a metodologia da análise do discurso, a partir das reflexões de Michel Foucault acerca do conceito de discurso, para a análise de todas as edições do ChanacomChana, como também dos outros periódicos que foram utilizados. Para a operacionalização da pesquisa, utilizamos diálogos teóricos e metodológicos fornecidos por Stuart Hall (2006), Patrícia Lessa (2007), Tânia NavarroSwain (2004), Monique Wittig (1980; 2006), Adrienne Rich (2010), Michel Foucault (1996; 1978; 1987; 1999), Kimberlé Crenshaw (2002), Audre Lorde (2020), dentre tantos outros autores e autoras que serviram para embasar este trabalho.