“É prohibida a venda e uso do pito do pango”: o proibicionismo da cannabis no Rio de Janeiro do século XIX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Souza, Jorge Emanuel Luz de lattes
Orientador(a): Sampaio, Gabriela dos Reis lattes
Banca de defesa: Sampaio, Gabriela dos Reis lattes, Agostini, Camilla lattes, Reginaldo, Lucilene lattes, Farias, Juliana Barreto lattes, Almeida, Marcos Abreu Leitão de lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37201
Resumo: O trabalho percorre diferentes espaços conectados pelo Atlântico onde se desenvolveu uma cultura da Cannabis para compreender os motivos que levaram à sua proibição pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro em 1830, ponto de partida de uma crescente condenação social da planta e seus usos no Brasil. Cidade em acelerada expansão urbana e demográfica, o Rio de Janeiro possuía grande população negra, cuja maioria cativa era africana banto proveniente das regiões centro-ocidental e oriental. Muitos povos dessas duas regiões do continente africano, bem como os europeus, se relacionavam há séculos, e de múltiplas formas, com as plantas Cannabis indica e Cannabis sativa. Havia um consumo cotidiano da Cannabis como droga psicoativa entre os escravizados das maiores nações africanas da Corte, conhecida como pito do pango ou apenas pango. A tese central desta pesquisa é a de que a proibição municipal de 1830 teve como alvo esse uso, especificamente, devido ao receio dos seus efeitos psicoativos sobre os africanos, em um contexto de recrudescimento do controle sobre as populações negras na cidade. Além disso, demonstra-se que esse processo estava profundamente conectado ao ideário proibicionista que vinha sendo construído através do contato entre os europeus e as culturas da Cannabis de africanos e asiáticos a partir do século XVI.