Continuidades e descontinuidades no Brasil em movimento de Glauber Rocha [1963 a 1969]: do elogio ao popular à denúncia do populismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Leandro de Jesus da lattes
Orientador(a): Araújo, Noélia Borges de lattes
Banca de defesa: Araújo, Noélia Borges de lattes, Santos, Mônica de Menezes lattes, Souza, Carla Dameane Pereira de lattes, Pfau, Monique lattes, Novaes, Claudio Cledson lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT) 
Departamento: Instituto de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39480
Resumo: Nos decênios de 1950 e 1960, num contexto marcado pelo tensionamento político e pela consolidação de diferentes leituras relativas à formação, história e cultura do Brasil, múltiplas foram as percepções de nacionalidade, a respeito das quais houve intensa repercussão/debate na imprensa, nos meios acadêmicos e na arte, orientadas, sobretudo, pelo elogio ao popular e pela denúncia do populismo. A tese do Brasil popular esteve em ênfase desde a década de 1920 e foi teorizada com mais enfoque na década de 1950, a partir da atuação do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB). A visão do país populista se concretizou em meados do século XX e foi aportada como tese nos estudos das Ciências Sociais no decurso da década de 1960 como marca mais emblemática da política brasileira daquele período. Essa percepção binômica calcinou a alocução nacional bifurcada entre o ideal de reforma do Estado e a denúncia da demagogia política e alienação das massas. A proposta desta tese é investigar o movimento de continuidade e descontinuidade entre o elogio ao popular e a denúncia do populismo nos filmes Deus e o diabo na terra do sol (1964), Maranhão 66 (1966), Terra em transe e O dragão da maldade contra o santo guerreiro (1969), do cineasta baiano Glauber Rocha, à luz da crônica histórica, da memória coletiva e das teses sociológicas de nação contemporâneas às essas narrativas fílmicas. Os enredos cindidos entre a perspectiva revolucionária e o pessimismo/frustração, os personagens populares ora tendendo para a militância política e social, ora tangidos pela alienação, os líderes políticos e populares convergindo para a luta contra opressão ou transversalizados pela demagogia são fatores basilares para a composição de um contínuo-descontínuo na representação da luta e da repressão, da resistência e da censura, da resiliência e da resignação, da bifurcação entre o popular e o populismo no discurso de nacionalidade propositado pelo autor baiano em sua filmografia entre 1964 e 1969; são esses binômios o centro da análise proposta nesta tese.