Por uma aprendizagem transformativa: contribuições de uma investigação conceitual para uma educação em ciências crítica e reconstrutiva.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santos, Vanessa Carvalho dos
Orientador(a): El-Hani, Charbel Niño
Banca de defesa: Gottschalk, Cristiane Maria Cornélia, Almeida, Murilena Pinheiro de, Conrado, Dália Melissa, Almeida, Rosiléia Oliveira de, Nunes Neto, Nei de Freitas
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Ensino, Filosofia e História das Ciências
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32352
Resumo: Este trabalho tem como objetivo central discutir o que significa examinar como uma questão conceitual o problema da teorização da aprendizagem transformativa (i.e., aprendizagem para transformação social) na educação crítica e reconstrutiva (ativista) em ciências. Para tanto, recorre ao modelo de análise sociológica e filosófica proposto no campo da teoria social pelo sociólogo Frédéric Vandenberghe. Esse esquema possibilita a análise integrada da metateoria, da teoria social e da teoria sociológica e, transposto para o contexto da pesquisa em educação ativista em ciências, aponta na direção da interface entre esse domínio intelectual e a filosofia, uma região de fronteira que pode ser entendida como uma filosofia da educação em ciências, uma área em que pesquisadores da educação em ciências se debruçam sobre seus pressupostos em diálogo com filósofos. Inicialmente, o trabalho explora, no contexto da pesquisa em educação ativista em ciências, desafios conceituais relativos à aprendizagem transformativa e a relevância da forma de investigação conceitual associada à sociologia de Vandenberghe para abordar esses desafios. As abordagens socioculturais da educação em ciências que visam a algum tipo de letramento científico para uma cidadania eticamente e politicamente engajada e socialmente e ambientalmente responsável convergem na tese de que toda crítica da forma de enculturação nas ciências deve ser feita à luz de uma crítica da ciência e da sociedade. Esse posicionamento crítico amplo é preconizado dentro de perspectivas e agendas reconstrutivas, que buscam a reimaginação e a reconstituição da educação e da ciência com aspirações a mudanças sociais profundas. O acento sobre a reconstrução (além da crítica) acarreta orientar a educação em ciências em direção à ação sociopolítica. Cada uma à sua maneira, propostas curriculares e pedagógicas com esse viés desaguam numa noção de uma transformação em atitudes, valores comportamentos, crenças e ações, que se incorpora à aprendizagem. Porém, ainda faltam elaborações teóricas sobre a aprendizagem transformativa e há pouca clareza quanto aos significados dos conceitos e aos princípios em termos dos quais pesquisadores e praticantes da educação em ciências ativista especificam sua compreensão sobre a natureza dessa aprendizagem. Com base no modelo proposto por Vandenberghe, foi feita uma análise preliminar da aprendizagem transformativa no quadro teórico participacionista – que focaliza a participação em práticas sociais – adotado por Troy Sadler e Derek Hodson. Em síntese, esta tese defende que a investigação conceitual do que vem a ser uma teoria de aprendizagem transformativa na educação ativista em ciências pode assumir a forma de metateoria e coadunar com os objetivos e as metodologias inerentes à pesquisa em educação em ciências, que, dessa maneira, vem a dar continuidade, por outros meios, à tradição filosófica da análise conceitual. Dentre os sentidos mais específicos de metateoria, são destacados o de dispositivo de mapeamento e o de propedêutica para teorização substantiva.