Hiv positivo, corpos que resistem: escrevivências, identidades e subjetividades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Anunciação, Maurício Silva da lattes
Orientador(a): Souza, Arivaldo Sacramento de lattes
Banca de defesa: Souza, Arivaldo Sacramento de lattes, Correia, Wesley Barbosa lattes, Santos, Lívia Maria Natália de Souza lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT) 
Departamento: Instituto de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35168
Resumo: No Brasil, estima-se que 900 mil pessoas vivem com hiv. Muitos destes, por sua vez, encontram-se em seu anonimato, reféns dos estigmas, estereótipos, discursos sociais e biomédicos que foram instituídos para estes corpos desde o início da epidemia da aids. Considerando-se esse contexto, é analisado como a linguagem e o discurso são ferramentas fundamentais para formular representações discursivas sobre corpos que convivem com o diagnóstico positivo para hiv/aids. Verifica-se de que forma a Literatura Brasileira Contemporânea pode ser acionada como dispositivo de abertura, afirmação e reexistência de corpos dissidentes que buscam contestar o seu lugar de fala. Além disso, analisa-se como são elaboradas as representações de pessoas vivendo com hiv/aids. Esta dissertação aponta que, além dos estereótipos, há um apagamento sistemático de corpos negros que escrevem literatura posit[hiv]a retratando as suas escrev[hiv]ências. Assim, o estudo investe na noção de escrita negro-posit[hiv]a como aquela que busca fissurar os processos sociais hegemônicos que procuram instituir normas, ou seja, anulando as subjetividades corpóreas, enquadrando determinados corpos em estigmas e estereótipos. Nesse locus de enunciação são acionadas as inquietações do pesquisador soropositivo há sete anos que buscou ultrapassar os limites da sua relação com a sorologia e vem mobilizando outras vozes posit[hiv]as para ampliar o diálogo pela ótica desconstrutiva ao se recusar ser narrado pelo desejo do outro. Assim, o estudo propõe amplificar o olhar para as produções advindas daqueles que, historicamente, foram representados pelos discursos branco hegemônicos.