Língua e cultura trançadas na palha: relação entre ensino-aprendizagem e representações identitárias em Porto do Sauípe, Entre Rios, Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Sodré, Cristiane Santana
Orientador(a): Cesar, América Lúcia Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/8588
Resumo: Este projeto, que se insere no campo da Linguística Aplicada, tem como objetivo descrever práticas culturais, notadamente as narrativas cantadas realizadas pelas senhoras artesãs, trançadeiras da palha em Porto do Sauípe e, ao mesmo tempo, descrever e analisar a experiência de inserção das narrativas cantadas como objeto de estudo nas minhas aulas de Língua Portuguesa no 1º e 3º ano do ensino médio no Colégio Estadual Duque de Caxias, na referida comunidade. Nesta pesquisa, de cunho etnográfico, procuro compreender a relação dos estudantes com a cultura local, através dos significados atribuídos pelos mesmos a essas práticas culturais locais. Para isso, numa primeira parte, trago um pouco do contexto local e da trajetória desse grupo de mulheres artesãs para, em seguida, apresentar a experiência de sala de aula, através de registros de aulas e entrevistas realizadas. Em relação à questão central da pesquisa qualitativa, que diz respeito à interação dos estudantes com as senhoras artesãs e as narrativas cantadas, observou-se, de início, que demonstraram certa resistência para participar das atividades que envolviam um contato mais direto com as narrativas, mas, no processo de desenvolvimento das atividades pedagógicas, foram criando interesse pelo objeto de estudo e pelas atividades das artesãs. Observou-se ainda um processo de silenciamento localizado nas próprias pessoas mais velhas da comunidade em relação às tradições culturais, por vários motivos, além de certo conflito geracional. No entanto, apesar dos conflitos identificados, o que ficou evidente é que o ensino da língua portuguesa na escola, ao enfocar práticas culturais locais, com suas potencialidades e problemas, criou um ambiente propício ao desenvolvimento da capacidade de análise e crítica dos educandos em relação ao mundo que os cerca, proporcionou práticas voltadas para o diálogo e fortalecimento dessas identidades e ampliou o seu repertório cultural.