Percepção da independência dos auditores e os honorários pagos pelas empresas de capital aberto auditadas por Big Four no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Marcos Andrez Santos da
Orientador(a): Pereira, Antonio Gualberto
Banca de defesa: Martinez, Antonio Lopo, Carvalho Junior, Cesar Valentim de Oliveira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Ciências Contábeis
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Contabilidade (PPGCONT)
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/34173
Resumo: A auditoria externa constitui um importante instrumento para a manutenção de bons níveis de governança. Entretanto, observa-se a ausência de um consenso na literatura sobre a percepção que o mercado tem dos honorários de auditoria. Discute-se que, por um lado, os honorários de auditoria refletem o nível de trabalho e altos níveis destes podem significar maiores esforços e qualidade de auditoria. Por outro lado, também há a preocupação da formação de vínculos econômicos associados a altos níveis de honorários. Quanto aos honorários provenientes de Non-Audit Services (NAS), pesquisas atribuem prejuízos à independência ao fornecer serviços não relacionados à auditoria e, não obstante, também é defendido na literatura a possibilidade de transbordamentos de conhecimentos (spillovers) e maior especialização. Nesse contexto, o presente estudo tem o propósito de investigar, através de variáveis relacionadas à remuneração dos auditores, qual a influência dos honorários relativos de auditoria, outros serviços e totais sobre a percepção do mercado em relação à independência dos auditores das empresas de capital aberto auditadas por big four no Brasil. Para tanto, foi utilizado um painel desbalanceado para o período de 2009 a 2019, composto por 2.212 observações de 281 empresas de capital aberto da B3 auditadas por big four. Para mitigar fontes de endogeneidade, foram adotadas estimações em painel dinâmico pelo Método dos Momentos Generalizados em Diferenças (GMM-Dif). Os resultados obtidos apontam para a existência de uma relação significativa, inicialmente positiva e que se torna decrescente, entre o valor de mercado e os honorários de auditoria, entretanto, não significativa para os honorários de outros serviços e totais. Nesse sentido, as evidências apontam para uma relação côncava entre os honorários relativos de auditoria e o valor de mercado das empresas, na qual, para altos níveis de honorários relativos de auditoria a variável dependente decresce. Ademais, análises de robustez com o Q de Tobin e a variável Enterprise Value, proxies do valor de mercado, indicaram resultados semelhantes aos evidenciados pelas estimações principais. À luz da teoria, tais resultados indicam que há uma percepção negativa quando o cliente passa a desempenhar um papel financeiro importante para o auditor quanto aos honorários relativos de auditoria. Discute-se que tal percepção negativa pode estar relacionada à existência de vínculos econômicos ou à crença de que a independência percebida do auditor é prejudicada.