Paisagens das (in)justiças nos parques eólicos do estado da Bahia.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Rêgo, Geovana Freitas Paim lattes
Orientador(a): Fonseca, Antonio Angelo Martins da lattes
Banca de defesa: Fonseca, Antonio Angelo Martins da lattes, Delgado, Juan Pedro Moreno lattes, Tomasoni, Marco Antonio lattes, Verdum, Roberto lattes, Pereira, Sofia Rebouças Neta
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia (POSGEO) 
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40743
Resumo: Esta pesquisa debate a produção de paisagens transformadas pela inserção de parques eólicos. A energia eólica é crescente no Brasil, em especial na Bahia, ocupando as vastas serras em diversas regiões do estado. Para analisá-los, utilizou-se o campo teórico da Justiça na Paisagem, definida aqui como resultado das Práticas Espaciais que, por sua vez, são ações implementadas pelo estado ou por organizações, que provocam mudanças e rupturas nas estruturas físicas e sociais da paisagem, e que podem ser acompanhadas de (in)justiças em várias escalas. Tendo o método dialético como proposta, utilizou-se diversos procedimentos metodológicos: dinâmica de grupos, pesquisa documental, trabalho de campo, entrevistas e Análise Hierárquica de Processos. Usando a paisagem como a lente certa para a compreensão de Justiça, esta tese traz como objetivo principal analisar a relação entre as Práticas Espaciais dos parques eólicos e a Justiça na Paisagem. Os resultados obtidos no primeiro capítulo, que trata sobre Justiça, versam sobre como as experiências com a escala local são diminutas e, por isso, têm-se muito mais a produção de paisagens injustas do que justas. No capítulo seguinte, serras de Morro do Chapéu e Sobradinho, ambas na Bahia, foram utilizadas como objetos empíricos para mostrar o desenvolvimento da energia eólica. No terceiro capítulo, levantou-se as práticas espaciais empregadas para a conquista da paisagem, mostrando que a refuncionalização imposta nesta, está amparada por um Sistema Visível e um Invisível cujos aerogeradores são representantes destacáveis do Visível e os marcos regulatórios representam muito bem o Sistema Invisível. Foi possível detectar cinco Práticas Espaciais principais: Seletividade, Antecipação, Fragmentação, Reprodução e Marginalização. No quarto capítulo, confirmou-se que a construção de uma paisagem eólica é uma conjuntura na qual o conteúdo da própria paisagem dirige o processo. O vento não é o único fator de interesse, mas sim outros de ordem Física, Socioeconômica, de Governança e relacionados à Cultura que dirigem a conquista e a transformação destas paisagens. No quinto e último capítulo, é mostrado que a criação de uma paisagem injusta possui cinco faces de opressão que se associam às Práticas Espaciais engendradas pelas empresas eólicas e que resultam no estabelecimento de injustiças na paisagem. Conclui-se que a paisagem é o reflexo das ações conduzidas pelos agentes transformadores de maneira pouco participativa e que a Justiça na Paisagem é o resultado das Práticas Espaciais.