Estudo da paisagem: percepções sobre o Complexo Eólico de Osório/RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Bier, Lucile Lopes
Orientador(a): Verdum, Roberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/158110
Resumo: A transformação da paisagem, através de empreendimentos eólicos (aerogeradores) em grande escala, é um fenômeno relativamente novo no Rio Grande do Sul e no Brasil, datando da última década. Esse processo está intensificando-se, visto que a matriz energética brasileira continua em expansão, principalmente a geração eólica. Embora esse tipo de energia seja considerado de baixo impacto ambiental, a intrusão visual decorrida da inserção dos aerogeradores, ou o impacto negativo sobre a paisagem, é tema recorrente na literatura internacional. A partir desse fato, utiliza-se o Complexo Eólico de Osório, o mais antigo do Brasil, com o objetivo de apreender a percepção da paisagem, enfatizando a escala temporal. Dessa forma, questiona-se se as expectativas iniciais foram contempladas e como se dá a relação da população com o empreendimento ali sediado. Para tanto, usa-se o método da pesquisa social, com a paisagem como o fio condutor através da percepção, contando-se, ainda, com as narrativas encontradas nos meios de comunicação de grande alcance e as questões territoriais enquanto ferramentas auxiliares para uma maior compreensão dos dados obtidos. Como principais resultados, tem-se o entendimento de que os Parques Eólicos trouxeram mudanças significativas para o município, repercutindo, entretanto, de forma menos pronunciada na vida individual. A influência estética possui caráter eminentemente positivo, mas, atualmente, determinados segmentos estão atentando-se para o fato da expansão desses equipamentos nas paisagens, relativizando, então, a sua presença constante. Considerando o tempo futuro, ainda é altamente desejável a presença dos aerogeradores. Houve uma apropriação simbólica da figura do cata-vento por parte da população, ratificada e fomentada como algo positivo e grandioso pela mídia. Todavia, esse símbolo é usado, sobretudo, externamente, enquanto no discurso dos habitantes, predomina outras paisagens enquanto referências. No que tange ao ordenamento territorial, verifica-se a tecnocracia ambiental e a perda de autonomia como fatores inerentes ao processo.