Colonização e escravidão na Bahia: a Colônia Leopoldina, 1850-1888

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Carmo, Alane Fraga do lattes
Orientador(a): Reis, João José lattes
Banca de defesa: Reis, João José lattes, Albuquerque, Wlamyra Ribeiro de lattes, Reis, Isabel Cristina Ferreira dos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35059
Resumo: Este trabalho estuda a população escrava da Colônia Leopoldina, localizada no extremo sul da Bahia, durante a segunda metade do século XIX. Na tentativa de compreender como uma colônia de estrangeiros fundamentada na produção agrícola familiar e no trabalho livre enveredou pelo trabalho escravo, abordamos de forma complementar os primeiros anos de existência da colônia, fundada em 1818. Foi traçado um perfil parcial da sua população livre, assim como um perfil demográfico da população cativa para melhor elucidar quem eram os sujeitos envolvidos nas diversas histórias de fugas, revoltas, disputas judiciais, denúncias de maus tratos, crimes e histórias de amor, envolvendo senhores e escravos. Baseada em métodos quantitativos e uma análise de cunho qualitativa, a pesquisa revelou a importância da família escrava na colônia, tanto como instrumento utilizado pelos senhores para o controle e reprodução da força de trabalho, como para os próprios escravos, que contavam com uma parentela solidária e certamente acessível nos momentos decisivos como fugas, compra da alforria e terras onde trabalharam após a liberdade. Esses dados revelaram ainda que o casamento escravo, não católico e possivelmente baseado em ritos protestantes, gozou de certa legitimidade conferida pela própria comunidade local, a ponto de os proprietários preservarem os casais unidos na hora da venda ou partilha, mesmo antes da lei obrigar a esta prática. Os dados revelaram ainda que a rotina de trabalho, ao contrário do que declararam proprietários e moradores da colônia, era árdua e por vezes o direito dos escravos à folga não foi respeitado, pois alguns proprietários a reduziram a apenas metade do dia de domingo. Entre inventários post mortem, testamentos, registros de matrícula, escrituras de compra e venda, ações de liberdade, processos crimes, registros eclesiásticos de terra e correspondência entre autoridades consulares, administrativas e policiais, encontram-se histórias surpreendentes que servem como ponto de partida para a análise dos fatos e processos históricos que viabilizaram as conquistas dos escravos na segunda metade do século XIX, e como estes processos foram sentidos em uma região tão distante do centro da província.