Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Viana, Gustavo Freitas de Sousa |
Orientador(a): |
Menezes Filho, José Antônio |
Banca de defesa: |
Castilho, Marcelo Santos,
Hacon, Sandra de Souza |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Farmácia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Farmácia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22678
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Resumo: |
O Manganês (Mn) é um elemento essencial aos humanos e, devido a esta essencialidade, seus níveis são mantidos em concentrações biológicas ótimas através de um mecanismo homeostático eficaz. O excesso de Mn no organismo, por outro lado, é prejudicial e pode desencadear alterações no sistema nervoso central, já que o Mn é um elemento potencialmente neurotóxico. A avaliação da exposição ocupacional e ambiental ao Mn tem sido feita através de biomarcadores de exposição; todavia, não há um consenso do biomarcador ideal para se avaliar os efeitos neuropsicológicos desencadeados pela exposição crônica a esta substância. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a associação entre efeitos neuropsicológicos em adultos expostos ambientalmente ao Mn e os níveis endógenos deste metal mensurados através de quatro biomarcadores não invasivos de exposição. Foram incluídas 89 pessoas residentes em duas comunidades (Cotegipe e Santa Luzia) localizadas nas proximidades de uma indústria de ligas de ferro-manganês. Os níveis de Mn em cabelo (MnC), cabelo axilar (MnAx), unha (MnUn) e saliva (MnSal) foram determinados por espectrometria de absorção atômica com forno de grafite e utilizados como biomarcadores de exposição. Como medida de avaliação de comprometimento neuropsicológico, uma bateria de testes neuropsicológicos foi empregada para avaliar o desempenho em funções motoras, executivas, cognitivas, atenção e memória da população de estudo. Os níveis de Mn (média ± desvio padrão) quantificados nas amostras de cabelo, cabelo axilar, unha e saliva, independente da comunidade, foram 9,2±9,4 μg/g, 22,2±21,0 μg/g, 6,4±4,1 μg/g e 6,3±10,4 μg/L, respectivamente. Diferenças estatísticas significativas foram observadas entre os níveis de MnC, MnAx e MnUn de acordo as comunidades (Santa Luzia > Cotegipe). Análise de correlação de Spearman entre os biomarcadores demonstrou uma moderada correlação linear positiva entre os níveis de MnC e MnUn (rho=0,473; p<0,001) e entre MnAx e MnSal (rho=0,547; p<0,05). Fortes correlações lineares positivas foram observadas entre MnC e MnAx (rho=0,703; p<0,01) e entre MnAx e MnUn (rho=0,792; p<0,001). Quanto ao desempenho nos testes neuropsicológicos, ampla variabilidade foi observada na população de estudo. Apenas o desempenho intelectual diferenciou-se entre as comunidades. Correlações significativas foram observadas entre MnC, MnAx e MnUn com o desempenho em diversos testes neuropsicológicos. Análise de regressão linear multivariada demonstrou, independente do sexo, escolaridade e localidade de residência, uma associação inversa entre o log MnC e QI (β= 4,763 [IC95% 9,171 a 0,355]) e entre o log MnUn e memória operacional visual (β= 3,333 [IC95% 6,148 a 0,519]). Associação direta foi observada entre o log MnUn e o tempo de execução da tarefa que avalia a flexibilidade cognitiva (β= 56,293 [IC95% 2,405 a 110,182]). Esses resultados demonstram que a exposição excessiva ao Mn tem comprometido algumas funções neuropsicológicas dos adultos dessas comunidades, indicando a necessidade de se instalar medidas que minimizem a emissão atmosférica do Mn para amenizar os impactos na saúde da população local. |